Polícia prende grupo que simulou 12 acidentes e destruiu 25 carros para receber valor de seguradoras
Os acidentes forjados ocorreram nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Brasília e envolveram veículos das marcas Porsche, BMW, Audi, Volvo e Mercedes
Agência de notícias
Publicado em 18 de setembro de 2023 às 12h11.
Última atualização em 18 de setembro de 2023 às 12h29.
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta segunda-feira, seis pessoas de envolvimento com uma organização criminosa, acusada de simular acidentes automobilísticos para receber indenização de seguradoras. Os acidentes forjados ocorreram nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Brasília e envolveram veículos das marcas Porsche, BMW, Audi, Volvo e Mercedes.
Segundo as investigações, desde 2015, a organização simulou 12 acidentes, destruiu 25 veículos e recebeu cerca de R$ 2 milhões em indenizações. A ação batizada de “Operação Coiote” é a quinta operação da PCDF contra fraudes no recebimento de indenização de seguro de veículos.
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Entre os alvos da operação está um empresário de Taguatinge um ex-policial militar da PM do DF, que está licenciado da corporação por emitir 150 cheques sem fundo. Segundo a polícia, cabia à dupla adquirir os veículos, registrar as ocorrências e envolver parentes e amigos nos registros dos acidentes, contratação dos seguros e recebimento das indenizações.
A dupla contava com o apoio das esposas, uma delas advogada, que cediam os dados pessoais para o registro dos acidentes forjados, adquiriam veículos, contratavam apólices de seguro e recebiam indenizações, afirmou a polícia.
Os investigados, que não tiveram os nomes divulgados, podem receber penas entre três e oito anos de reclusão.
Como a organização atuava?
Segundo a polícia, a organização atuava da seguinte maneira:
Membros adquiriam veículos importados usados de difícil comercialização, alguns avariados;
Após serem consertados, os veículos eram segurados, com valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe, muito superior ao valor de aquisição e conserto dos carros;
Para driblar o mercado segurador e dificultar a descoberta de vínculos criminosos, os investigados revezavam-se na condição de proprietário, contratante do seguro, condutor, terceiro envolvido no acidente e recebedor da indenização, às vezes via procuração;
Igualmente para dificultar as investigações, os criminosos registravam as ocorrências dos acidentes na Delegacia Eletrônica, afastando questionamentos da polícia judiciária sobre o sinistro;
Por fim, operava-se o recebimento da indenização do seguro, baseada na tabela Fipe.