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Polícia apura pagamento de sócio de filho de Lula à empresa

O caçula de Lula já é alvo da Operação Zelotes por causa de valores recebidos da empresa Marcondes & Mautoni, acusada de atuar na compra de medidas provisórias

Luís Cláudio Lula da Silva: ele já é alvo da Operação Zelotes por causa de valores recebidos da empresa Marcondes & Mautoni (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2016 às 10h59.

Brasília e São Paulo - A força-tarefa da Operação Lava Jato , em Curitiba, analisa o pagamento de R$ 68 mil efetuado por uma empresa de um sócio do filho mais novo do ex-presidente Lula , Luis Cláudio Lula da Silva, à J Nobre Consultoria e Engenharia - usada pela empreiteira Andrade Gutierrez para pagar propina para o ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro da Silva, nas obras da Usina Nuclear de Angra 3.

O caçula de Lula já é alvo da Operação Zelotes por causa de valores recebidos da empresa Marcondes & Mautoni, acusada de atuar na compra de medidas provisórias.

A empresa responsável pelo pagamento que os investigadores rastreiam é a HZ Administração e Participações. Ela tem como sócio José Antonio Fragoas Zuffo.

O empresário do ABC é um dos parceiros comerciais do filho de Lula na ZLT 500 Sports Gerenciamento e Marketing de Competições Esportivas. A ZLT 500 foi aberta em agosto de 2010 e, atualmente, consta como empresa desativada.

A J Nobre declarou à Receita ter recebido, entre outubro de 2011 e junho de 2012, quatro pagamentos da HZ Administração e Participações, que totalizaram R$ 68 mil.

A reportagem apurou que não são os valores repassados que interessam aos investigadores. Segundo fontes com acesso à investigação, o objetivo é mapear qualquer transação financeira que possa explicar qual era a relação da família de Lula com empresas de fachada utilizadas pelas empreiteiras.

Alguns pontos chamam a atenção dos investigadores. O primeiro é a teia de empresas nas quais o filho de Lula e seus sócios, entre eles Fragoas Zuffo, possuem participação.

Na mesma ZLT, Luis Cláudio e Zuffo são sócios de Fabio Haruo Tsukamoto. Ele é sócio de várias empresas, entre elas a Bilmaker 600 Serviços em Importação e Exportação, atualmente registrada com o nome de Wdealer Serviço de Importação.

A Bilmaker já teve como sócio Glaucos Costamarques Bumlai, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula e suspeito de custear as reformas no sítio Santa Bárbara, de Atibaia (SP), que a Lava Jato diz ser do petista.

Além da relação de parentesco com Bumlai, Glaucos é o proprietário de um apartamento utilizado pela família Lula, em São Bernardo do Campo (SP). Em março, quando foi deflagrada a Operação Aletheia, com busca e apreensão no apartamento do ex-presidente, os policiais descobriram que a família faz uso de outro imóvel, no mesmo prédio.

A cobertura de Glaucos, a número 121, no edifício Hill House, fica em frente à que pertence ao petista, a 122. À época, Glaucos garantiu que Lula lhe paga aluguel.

Essa segunda cobertura já era usada por Lula desde o primeiro ano na Presidência, em 2003. Até 2007, o PT pagou pelas despesas do imóvel para que ele guardasse o acervo que doou ao partido. No segundo mandato, o governo assumiu os custos sob a justificativa de que era necessário para a segurança do então presidente.

Sócios da família

Zuffo é mais um dos sócios dos filhos do ex-presidente investigados pela Lava Jato. A suspeita é que movimentações financeiras e investidas comerciais dos familiares podem ter ocultado movimentação de dinheiro de propina.

Empresário do ABC paulista dono do Grupo Memorial, que tem funerárias, crematórios e cemitérios, o nome de Zuffo não integra os inquéritos que investigam Lula, em fase final na Lava Jato.

O ex-presidente é alvo de três apurações principais, em Curitiba: uma sobre a compra e reformas executadas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), outra sobre reformas no tríplex do Edifício Solaris, do Guarujá (SP), e outra sobre pagamentos e doações para a empresa de palestra do ex-presidente, a LILS Palestras e Eventos, e para o Instituto Lula.

No caso do sítio de Atibaia, que a Lava Jato diz pertencer a Lula, os principais alvos até aqui são os empresários Fernando Bittar - filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar - e Jonas Suassuna. Os dois aparecerem como donos do Sítio Santa Bárbara. Lula afirma não ser o proprietário.

Para os investigadores, o imóvel, além de ter sido comprado em nome de laranjas, foi reformado por empreiteiras acusadas de corrupção na Petrobras.

Defesas

Procurado, Glaucos disse que não iria comentar as informações da reportagem. Anteriormente, Glaucos negou que a compra do imóvel em São Bernardo tenha sido um pedido de José Carlos Bumlai. Morador de Campo Grande (MS), o primo do amigo de Lula disse que adquiriu a cobertura por sugestão do advogado Roberto Teixeira.

A reportagem procurou José Fragoas Antonio Zuffo, mas não conseguiu contato. Sócio de Fragoas Zuffo na HZ, o advogado Hamilton Dias de Souza informou, por meio de um representante, que os pagamentos efetuados à J Nobre são referentes a "serviços técnicos de consultoria para aprovação de licença de funcionamento". Segundo Dias Souza, a contratação da J Nobre teria sido negociada por Fragoas Zuffo.

O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o caso, porque não há acusação contra o filho do ex-presidente.

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O caçula de Lula já é alvo da Operação Zelotes por causa de valores recebidos da empresa Marcondes & Mautoni, acusada de atuar na compra de medidas provisórias.

A empresa responsável pelo pagamento que os investigadores rastreiam é a HZ Administração e Participações. Ela tem como sócio José Antonio Fragoas Zuffo.

O empresário do ABC é um dos parceiros comerciais do filho de Lula na ZLT 500 Sports Gerenciamento e Marketing de Competições Esportivas. A ZLT 500 foi aberta em agosto de 2010 e, atualmente, consta como empresa desativada.

A J Nobre declarou à Receita ter recebido, entre outubro de 2011 e junho de 2012, quatro pagamentos da HZ Administração e Participações, que totalizaram R$ 68 mil.

A reportagem apurou que não são os valores repassados que interessam aos investigadores. Segundo fontes com acesso à investigação, o objetivo é mapear qualquer transação financeira que possa explicar qual era a relação da família de Lula com empresas de fachada utilizadas pelas empreiteiras.

Alguns pontos chamam a atenção dos investigadores. O primeiro é a teia de empresas nas quais o filho de Lula e seus sócios, entre eles Fragoas Zuffo, possuem participação.

Na mesma ZLT, Luis Cláudio e Zuffo são sócios de Fabio Haruo Tsukamoto. Ele é sócio de várias empresas, entre elas a Bilmaker 600 Serviços em Importação e Exportação, atualmente registrada com o nome de Wdealer Serviço de Importação.

A Bilmaker já teve como sócio Glaucos Costamarques Bumlai, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula e suspeito de custear as reformas no sítio Santa Bárbara, de Atibaia (SP), que a Lava Jato diz ser do petista.

Além da relação de parentesco com Bumlai, Glaucos é o proprietário de um apartamento utilizado pela família Lula, em São Bernardo do Campo (SP). Em março, quando foi deflagrada a Operação Aletheia, com busca e apreensão no apartamento do ex-presidente, os policiais descobriram que a família faz uso de outro imóvel, no mesmo prédio.

A cobertura de Glaucos, a número 121, no edifício Hill House, fica em frente à que pertence ao petista, a 122. À época, Glaucos garantiu que Lula lhe paga aluguel.

Essa segunda cobertura já era usada por Lula desde o primeiro ano na Presidência, em 2003. Até 2007, o PT pagou pelas despesas do imóvel para que ele guardasse o acervo que doou ao partido. No segundo mandato, o governo assumiu os custos sob a justificativa de que era necessário para a segurança do então presidente.

Sócios da família

Zuffo é mais um dos sócios dos filhos do ex-presidente investigados pela Lava Jato. A suspeita é que movimentações financeiras e investidas comerciais dos familiares podem ter ocultado movimentação de dinheiro de propina.

Empresário do ABC paulista dono do Grupo Memorial, que tem funerárias, crematórios e cemitérios, o nome de Zuffo não integra os inquéritos que investigam Lula, em fase final na Lava Jato.

O ex-presidente é alvo de três apurações principais, em Curitiba: uma sobre a compra e reformas executadas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), outra sobre reformas no tríplex do Edifício Solaris, do Guarujá (SP), e outra sobre pagamentos e doações para a empresa de palestra do ex-presidente, a LILS Palestras e Eventos, e para o Instituto Lula.

No caso do sítio de Atibaia, que a Lava Jato diz pertencer a Lula, os principais alvos até aqui são os empresários Fernando Bittar - filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar - e Jonas Suassuna. Os dois aparecerem como donos do Sítio Santa Bárbara. Lula afirma não ser o proprietário.

Para os investigadores, o imóvel, além de ter sido comprado em nome de laranjas, foi reformado por empreiteiras acusadas de corrupção na Petrobras.

Defesas

Procurado, Glaucos disse que não iria comentar as informações da reportagem. Anteriormente, Glaucos negou que a compra do imóvel em São Bernardo tenha sido um pedido de José Carlos Bumlai. Morador de Campo Grande (MS), o primo do amigo de Lula disse que adquiriu a cobertura por sugestão do advogado Roberto Teixeira.

A reportagem procurou José Fragoas Antonio Zuffo, mas não conseguiu contato. Sócio de Fragoas Zuffo na HZ, o advogado Hamilton Dias de Souza informou, por meio de um representante, que os pagamentos efetuados à J Nobre são referentes a "serviços técnicos de consultoria para aprovação de licença de funcionamento". Segundo Dias Souza, a contratação da J Nobre teria sido negociada por Fragoas Zuffo.

O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o caso, porque não há acusação contra o filho do ex-presidente.

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