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Operação da PF mira Collor por esquema de lavagem de R$ 6 mi em leilões

São cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador em Maceió e Curitiba, com autorização do ministro Edson Fachin do STF

PF: 70 policiais federais cumprem 16 mandados de busca e apreensão nesta sexta (Gustavo Lima/Agência Câmara)

PF: 70 policiais federais cumprem 16 mandados de busca e apreensão nesta sexta (Gustavo Lima/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 10h31.

Última atualização em 11 de outubro de 2019 às 10h59.

Brasília e São Paulo — A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta (11) a Operação Arremate, para investigar um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo compras de imóveis em leilões públicos.

A ação apura suposto envolvimento do senador e ex-presidente Fernando Collor (PROS-AL) em arrematações de bens, cujos valores, segundo a PF, somam R$ 6 milhões.

Cerca de 70 policiais federais cumprem 16 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador em Maceió (AL) e em Curitiba (PR). As ordens foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os crimes teriam ocorrido a partir da compra de imóveis em hastas públicas em 2010, 2011, 2012 e 2016. Hasta é um ato da justiça pelo qual são vendidos bens de um devedor, para que, com o dinheiro da venda, possa-se pagar a um credor e as custas de um processo de execução de dívida.

A corporação diz que o senador teria utilizado uma pessoa interposta ("testa-de-ferro") para ocultar sua participação como beneficiário final das operações.

"As compras serviriam para ocultar e dissimular a utilização de recursos de origem ilícita, bem como viabilizar a ocultação patrimonial dos bens e convertê-los em ativos lícitos", diz a Polícia Federal.

No conjunto de ilícitos em apuração estão os crimes de lavagem de ativos, corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e falsificações, além de integrar organização criminosa.

Defesa

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa e com o gabinete do senador. O espaço está aberto para manifestações.

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