Para advogados, vídeo pornográfico divulgado por Bolsonaro foi "artístico"
Em artigo publicado em portal jurídico, advogados de defesa dos dois rapazes afirmam que ato foi "expressão cultural"
Tamires Vitorio
Publicado em 9 de março de 2019 às 12h43.
São Paulo - Um vídeo que mostrava um homem dançando sobre um ponto de táxiapós introduzir o dedo no próprio ânus e, em seguida, outro rapaz urinando na cabeça do que dançavacausou polêmica neste Carnaval e foi até mesmo divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro em seu perfil no Twitter na última quarta-feira (6) -- ganhando repercussão internacional.
"Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades", escreveu o presidente que, logo em seguida, tuítou: "o que é Golden Shower?". Além dos memes de cachorros da raça Golden Retriever tomando banho, o tuíte de Bolsonaro ganhou, também repercussão internacional.
Em um artigo publicado nesta sexta-feira (8), no portal jurídico Justificando,os advogados Cynthia Almeida Rosa e Flavio Grossi, representantes da dupla do " golden shower ", afirmam que "o Sr. Presidente da República precisa frequentar mais exposições de arte ou ter algumas aulas com Gormley" e que "não ficou claro para ele qual é a função da arte".
No artigo, os defensores afirmam que a situação gravada no vídeo é, sim, arte e que "elanão está reservada aos museus, ou às manifestações artísticas clássicas, palatáveis ou com maior aceitação social" e defendem que a performance está amparada por um "direito fundamental de liberdade de manifestação cultural e artística".
Em outra parte do texto, Almeida e Grossi defendem que "otuíte do Senhor Jair Messias Bolsonaro, atual Presidente da República, merecetodo o repúdio da sociedade brasileiraque é livre" e que "ninguém, nem mesmo o presidente, pode dizer o que é ou não expressão cultural".