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Papa Francisco: "A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo", diz Lula

Presidente lamenta a morte do pontífice, que tinha 88 anos; os dois se conheceram quando Francisco ainda era cardeal de Buenos Aires

Papa e Lula: os dois mantinham relação de amizade (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

Papa e Lula: os dois mantinham relação de amizade (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 21 de abril de 2025 às 09h36.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21. Francisco morreu na madrugada desta segunda-feira, 21, às 2h35 do horário de Brasília, na Casa Santa Marta, após dois episódios de insuficiência respiratória aguda.

"A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos", escreve Lula em nota.

O presidente brasileiro e o pontífice tinham um a relação de amizade. Os dois se conheceram quando Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo do Papa, ainda era cardeal em Buenos Aires.

Ainda no primeiro ano de seu terceiro mandato, Lula visitou a Santa Sé. A visita do presidente ao Papa aconteceu em junho de 2023, quando o governo destacou que as posições de Brasil e Santa Sé convergiam em matérias de paz e segurança internacional, desarmamento e não-proliferação, direitos humanos, refugiados, globalização, combate à fome e à pobreza, negociações comerciais voltadas para o desenvolvimento e meio ambiente.

Em fevereiro, quando o Papa ficou internado por dias para tratamento de bronquite, Lula publicou uma mensagem de solidariedade em suas redes afirmando que "o mundo estava em oração pela recuperação do querido amigo"

Veja a nota na íntegra:

A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.

Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados.

Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito.

Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará.

Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil.

O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações.

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