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Novo texto corrompe 10 medidas contra corrupção, diz promotor

Deltan apontou seis "jabutis" no "substitutivo do projeto anticorrupção que será apresentado no Plenário da Câmara"

Dallagnol: ele declarou que reconhece e respeita "a legitimidade e soberania do Congresso para debater e votar matérias com ampla liberdade" (Ueslei Marcelino/REUTERS/Reuters)

Dallagnol: ele declarou que reconhece e respeita "a legitimidade e soberania do Congresso para debater e votar matérias com ampla liberdade" (Ueslei Marcelino/REUTERS/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de novembro de 2016 às 17h12.

Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 17h12.

São Paulo - O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, no Paraná, afirmou em sua rede social que o projeto anticorrupção que deverá ser votado na Câmara, nesta terça-feira, 29, "corrompe as 10 Medidas contra a Corrupção".

Deltan apontou seis "jabutis" no "substitutivo que será apresentado no Plenário da Câmara".

A proposta das "10 Medidas" encampada pelo Ministério Público Federal, que recebeu assinatura de mais de 2 milhões de pessoas, deu base ao texto do projeto anticorrupção.

Na manifestação, Deltan declarou que reconhece e respeita "a legitimidade e soberania do Congresso para debater e votar matérias com ampla liberdade".

"Também é importante, do mesmo modo, que possamos todos contribuir com as discussões para que o pacote anticorrupção seja melhorado. É nesse sentido que coloco preocupações sobre o texto que chegou às minhas mãos", afirmou.

No domingo, 27, o presidente Michel Temer (PMDB) orientou os partidos aliados para votar contra a emenda que pode anistiar o caixa 2, caso seja apresentada durante a apreciação do pacote das dez medidas anticorrupção.

A possível anistia ao caixa 2 provocou polêmica na semana passada.

Deltan Dallagnol apontou um "jabuti" ligado ao caixa 2. "Caixa 2: ao mesmo tempo em que é piorada a redação do novo crime de caixa dois, aparece um parágrafo único que tem uma redação perigosa. Ele trata de 'caixa 2' de 'origem ilícita'. Isso pode ser usado para argumentar na Justiça que propina recebida e usada para fins eleitorais, de modo oculto, não enseja o crime de lavagem de dinheiro, mas sim um crime com pena muito menor, o de 'caixa 2'. Essa foi justamente a tese da defesa no Mensalão, a de que não se tratava de corrupção ou lavagem, mas sim de crime de caixa 2", indicou.

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