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Recife se recusa a financiar evento para fãs durante a Copa

A cidade disse que não financiará mais a Fifa Fan Fest, um evento para transmissão dos jogos para torcedores sem ingressos


	Protesto contra gastos da Copa: a decisão ocorre em meio à indignação pública com o montante gasto em eventos esportivos em um país com problemas na oferta de saúde e educação
 (Marcelo Camargo/ABr)

Protesto contra gastos da Copa: a decisão ocorre em meio à indignação pública com o montante gasto em eventos esportivos em um país com problemas na oferta de saúde e educação (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 15h00.

Rio de Janeiro - Os organizadores da Copa do Mundo -- que já estudam eliminar um estádio brasileiro porque as obras estão atrasadas -- tiveram um revés com outra sede.

A cidade de Recife disse que não financiará mais a Fifa Fan Fest, um evento para transmissão dos jogos para torcedores sem ingressos, no torneio deste ano.

As zonas de torcedores foram populares durante a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, e atraem milhares de visitantes, dando aos patrocinadores do órgão que administra o futebol uma oportunidade de promover suas marcas.

O secretário da Copa do Mundo de Recife, George Braga, disse que a cidade não pode arcar com os R$ 11 milhões (US$ 4,6 milhões), abaixo de uma estimativa inicial de R$ 20 milhões, necessários para o evento.

A decisão ocorre em meio à indignação pública com o montante de dinheiro gasto em eventos esportivos em um país com problemas na oferta de saúde e educação. Braga disse que a Fan Fest ainda pode ser realizada se investidores privados a financiarem.

“Recife é totalmente a favor da realização da Copa e está à disposição para ajudar no que puder”, disse Braga a repórteres. “Mas ponderamos sobre a Fan Fest e chegamos à conclusão de que não podemos arcar sozinhos com esse valor”.

A Fifa disse que vinha trabalhando em estreita colaboração com as cidades-sede para assegurar-se de que os custos para a realização da Fan Fest seriam mantidos ao nível mínimo.

“A Fifa oferece um significativo suporte financeiro na forma de todos os equipamentos de infraestrutura para o evento, incluindo telas, palco, som e iluminação de alta qualidade, além de promover as cidades-sede para a audiência internacional da Copa do Mundo Fifa”, disse o órgão que administra o futebol, em um comunicado enviado por e-mail.


Pontapé inicial

A problemática preparação do Brasil para a Copa do Mundo ainda pode ser atingida pelo momento mais embaraçoso: a Fifa divulgará, amanhã, sua decisão a respeito da capacidade da cidade de Curitiba em receber os jogos.

A construção do estádio na cidade atrasou muito em relação à programação, levando a Fifa a estabelecer um comitê especial para avaliar se ele estará pronto a tempo do pontapé inicial do torneio, em 12 de junho.

Na semana passada, um funcionário de Curitiba disse que o estádio estaria pronto até 30 de abril, seis semanas antes do início da Copa do Mundo. Se decidirem retirar a Arena da Baixada, de Curitiba, da lista dos 12 estádios-sede, os organizadores terão que reprogramar os quatro jogos previstos para a cidade e realocar os ingressos -- milhares já foram vendidos.

O Brasil está gastando mais de R$ 8 bilhões em arenas para o evento de 64 partidas, e outros R$ 18 bilhões em infraestrutura relacionada, sendo que boa parte não ficará pronta a tempo.

Os torcedores que irão aos jogos em Cuiabá deverão ser recebidos por uma vala que começa no aeroporto da cidade e a corta por vários quilômetros em direção ao centro. A vala é parte do projeto de construção de uma estrada de ferro para trens leves que será concluída bem depois do evento.

Críticas de Blatter

Em janeiro, o presidente da Fifa, Sepp Blatter, criticou o Brasil pelo atraso na preparação para receber a Copa do Mundo após conquistar o direito de sediá-la, em 2007.

“O Brasil acaba de se dar conta do que significa organizar uma Copa do Mundo”, disse Blatter ao jornal suíço 24 Heures. “Eles começaram muito tarde. É o país com maior atraso desde que eu estou na Fifa e, além disso, é o único que teve tanto tempo -- sete anos -- para se preparar”.

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