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Cerca de 30% dos homicídios em São Paulo têm causas banais

A campanha “Conte até 10. Paz. Essa é a atitude” pretende conscientizar a sociedade para evitar homicídios cometidos por impulso

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	Pessoa segura revólver: no estado de São Paulo, somente em 2013, cerca de 490 pessoas foram mortas por razões fúteis e, no ano passado, foram mais de 1,5 mil vítimas.
 (George Frey/Getty Images)

Pessoa segura revólver: no estado de São Paulo, somente em 2013, cerca de 490 pessoas foram mortas por razões fúteis e, no ano passado, foram mais de 1,5 mil vítimas. (George Frey/Getty Images)

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Camila Maciel

Publicado em 13 de junho de 2013 às, 07h48.

São Paulo – Em um condomínio de luxo da capital paulista, um casal tem a casa invadida por um vizinho de 62 anos e é morto a tiros. Somente a filha deles, de 1 ano, sobrevive. O atirador é um empresário que estava incomodado com um barulho no apartamento ao lado. O caso, ocorrido na última sexta-feira (24), foi lembrado hoje (27) pelo secretário de Segurança Pública do estado, Fernando Grella, ao lançar a parceria com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para difusão da campanha “Conte até 10. Paz. Essa é a atitude”, que pretende conscientizar a sociedade para evitar homicídios cometidos por impulso.

De acordo com o secretário, cerca de 30% dos homicídios no estado estão relacionados a motivações banais, como discussões no trânsito, brigas em bares ou entre vizinhos, além da violência doméstica. “Em suma, o motivo de toda essa tragédia foi a intolerância, a incapacidade do ser humano de refletir sobre a preciosidade da vida, de parar um instante para analisar seus próprios atos”, disse. No estado de São Paulo, somente em 2013, cerca de 490 pessoas foram mortas por razões fúteis e, no ano passado, foram mais de 1,5 mil vítimas.

A iniciativa do Ministério Público começou em novembro 2012 e agora será ampliada especialmente na Grande São Paulo e em algumas cidades do interior, como Campinas, além da Baixada Santista e do Vale do Paraíba. A parceria irá viabilizar anúncios em jornais e rádios e a distribuição de cartazes em escolas e estações de trem e metrô. “Aderir a essa campanha significa difundir a ideia de que, ao lado das ações que o estado precisa adotar de combate à criminalidade, temos que ter medidas preventivas, que são de responsabilidade da própria sociedade”, disse Taís Shilling, membro do CNMP e coordenadora da campanha.


Ela relatou que a iniciativa foi pensada a partir da percepção dos promotores de que grande parte dos processos criminais em que atuavam pode ter sido evitada. “Os promotores dão depoimentos de certa frustração de estarem em um júri defendendo a condenação de alguém que não é bandido, que não escolheu a criminalidade como meio de vida. São pessoas que perderam a cabeça em determinado momento e estragaram a vida de duas famílias, a dele e a da outra pessoa”, declarou. Ela acredita que a consciência de que todos estão sujeitos a esse tipo de situação pode ajudar a frear essa atitude.

Para Carolina Ricardo, coordenadora de Gestão da Segurança Pública do Instituto Sou da Paz, essa ação deve estar ligada a outras medidas, como o combate e o controle de armas de fogo no país. “Essa é uma importante medida que já tem reduzido significativamente as mortes. A presença da arma de fogo nesses conflitos é um dos fatores que catalizam e geram um homicídio ou crime mais violento”, defendeu. Ela reforçou a importância da campanha como meio de incentivar a resolução pacífica de conflitos.

As peças publicitárias da campanha são estreladas por atletas de MMA (sigla em inglês para Mixed Martial Arts), como Anderson Silva, Cigano Júnior; e judô, como Sarah Menezes e Leandro Guilheiro. “São pessoas que na sua vida pessoal defendem uma convivência pacífica. Por serem atletas, naturalmente precisam desenvolver a disciplina, a tolerância, a conviver com a derrota. Eles passam a mensagem de que a luta é no tatame, no octógono, no ringue. Na vida, tem que ser da paz”, disse a coordenadora.

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