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Não há risco de falta d'água no Rio, diz engenheiro

Avaliação é corroborada por técnicos da área ambiental do governo do Estado

Seca: governador Pezão (PMDB) comentou o possível risco de problemas no abastecimento se a estiagem persistir (Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 21h21.

Rio de Janeiro - Apesar da estiagem prolongada, não há risco de falta d'água na região metropolitana do Rio, afirmou nesta sexta-feira o engenheiro e professor de Recursos Hídricos da Coppe/UFRJ Jerson Kelman, que foi diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) entre 2001 e 2004.

A avaliação é corroborada por técnicos da área ambiental do governo do Estado ouvidos pela reportagem, apesar do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) ter comentado ontem, em entrevista ao jornal O Globo, o possível risco de problemas no abastecimento se a estiagem persistir nos próximos 30 dias.

O presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer, alegou que Pezão referia-se a regiões abastecidas por mananciais locais como Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul, onde a distribuição está reduzida.

Segundo Victer, trata-se de um "fenômeno comum" que acontece em períodos de estiagem nesses locais.

A avaliação de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) é que não há risco para a região metropolitana e que o abastecimento está reduzido em alguns pontos, como o noroeste fluminense, mas mesmo lá a situação estaria "longe de ser crítica" como a de São Paulo.

"No curto prazo, não existe alarme no Rio", afirmou Kelman. "Acredito que o governador tenha se referido genericamente à situação no Sudeste, porque a seca na Bacia do Piracicaba (SP) é muito severa. Se isso se persistir, pode afetar", acrescentou o especialista.

Ao afirmar que não há risco para a região metropolitana, abastecida pelo sistema do Guandu, Victer disse que o Rio tem uma "concepção de engenharia diferenciada, pois não trabalha com grandes reservatórios, mas com a transposição de água por uma geradora de energia elétrica".

"Portanto, estamos menos sujeitos a problemas de estiagem do que outros Estados", alegou o presidente da Cedae.

Depois da declaração de Pezão, técnicos da diretoria de Gestão de Águas do Inea começaram a preparar um estudo com várias perspectivas possíveis e diferentes cenários, que seria entregue ao governador.

Desde março, o uso da água de rios que atendem tanto São Paulo como o Rio é alvo de polêmica entre os dois Estados. Com a crise no sistema Cantareira, o governo de São Paulo chegou a reduzir a vazão do Rio Paraíba do Sul, que abastece parte do Estado do Rio.

Atualmente o volume de captação do Paraíba do Sul está mantido em 160 mil litros por segundo. Para atender a região metropolitana, a Estação de Tratamento do Guandu produz atualmente 45 mil litros por segundo.

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Rio de Janeiro - Apesar da estiagem prolongada, não há risco de falta d'água na região metropolitana do Rio, afirmou nesta sexta-feira o engenheiro e professor de Recursos Hídricos da Coppe/UFRJ Jerson Kelman, que foi diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) entre 2001 e 2004.

A avaliação é corroborada por técnicos da área ambiental do governo do Estado ouvidos pela reportagem, apesar do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) ter comentado ontem, em entrevista ao jornal O Globo, o possível risco de problemas no abastecimento se a estiagem persistir nos próximos 30 dias.

O presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer, alegou que Pezão referia-se a regiões abastecidas por mananciais locais como Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul, onde a distribuição está reduzida.

Segundo Victer, trata-se de um "fenômeno comum" que acontece em períodos de estiagem nesses locais.

A avaliação de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) é que não há risco para a região metropolitana e que o abastecimento está reduzido em alguns pontos, como o noroeste fluminense, mas mesmo lá a situação estaria "longe de ser crítica" como a de São Paulo.

"No curto prazo, não existe alarme no Rio", afirmou Kelman. "Acredito que o governador tenha se referido genericamente à situação no Sudeste, porque a seca na Bacia do Piracicaba (SP) é muito severa. Se isso se persistir, pode afetar", acrescentou o especialista.

Ao afirmar que não há risco para a região metropolitana, abastecida pelo sistema do Guandu, Victer disse que o Rio tem uma "concepção de engenharia diferenciada, pois não trabalha com grandes reservatórios, mas com a transposição de água por uma geradora de energia elétrica".

"Portanto, estamos menos sujeitos a problemas de estiagem do que outros Estados", alegou o presidente da Cedae.

Depois da declaração de Pezão, técnicos da diretoria de Gestão de Águas do Inea começaram a preparar um estudo com várias perspectivas possíveis e diferentes cenários, que seria entregue ao governador.

Desde março, o uso da água de rios que atendem tanto São Paulo como o Rio é alvo de polêmica entre os dois Estados. Com a crise no sistema Cantareira, o governo de São Paulo chegou a reduzir a vazão do Rio Paraíba do Sul, que abastece parte do Estado do Rio.

Atualmente o volume de captação do Paraíba do Sul está mantido em 160 mil litros por segundo. Para atender a região metropolitana, a Estação de Tratamento do Guandu produz atualmente 45 mil litros por segundo.

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