Exame Logo

MTE informa que não se omitiu na fiscalização do Itaquerão

Nota destaca que foram executadas nove operações de fiscalização no Itaquerão, que resultaram em autos de infração e na imposição de interdições

Itaquerão: Ministério do Trabalho e Emprego negou que haja influência política nas decisões dos auditores responsáveis pela fiscalização das obras do estádio (Miguel Schincariol/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2014 às 23h56.

São Paulo - O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) emitiu nota hoje (3) afirmando que a pasta não se omitiu na fiscalização das obras do futuro estádio do Corinthians, o Itaquerão, escolhido para sediar a abertura da Copa do Mundo .

A nota, assinada pelo ministro Manoel Dias, destaca que foram executadas nove operações de fiscalização no Itaquerão, que resultaram em autos de infração e na imposição de interdições.

“Em nenhuma fiscalização admite-se que qualquer outro interesse sobreponha-se à proteção à saúde e à vida dos trabalhadores. Os auditores fiscais têm apurado as irregularidades na construção do estádio, em São Paulo, e em outras obras”, diz o texto.

O ministério negou ainda que haja influência política nas decisões dos auditores responsáveis pela fiscalização das obras do estádio.

“Os instrumentos legais vigentes atribuem aos auditores fiscais do Trabalho a competência legal para imposição e suspensão de embargos e interdições, não cabendo a qualquer outra autoridade a interferência nestes atos”.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada hoje, o superintendente regional do MTE em São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros, disse que o órgão está "fazendo de conta que não vê" irregularidades na construção do Itaquerão, e que se o estádio não fosse da Copa do Mundo os auditores teriam feito um auto de infração por trabalho precário e paralisado a obra.

"Isso é trabalho precário. Não vamos nem entrar neste assunto, porque vai atrasar ainda mais a obra. Falei com o ministro e ele deu respaldo. Estamos fazendo de conta que não estamos vendo", disse ao jornal.

Procurada, a Superintendência do MTE respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que as declarações do superintendente foram tiradas do contexto e tiveram o sentido deturpado.

Faltando 12 dias para expirar o prazo definido pela Fifa para a entrega do estádio, as obras das arquibancadas temporárias continuam paradas.

A interdição ocorreu após a morte do operário Fábio Hamilton da Cruz, de 23 anos, que caiu de uma altura de oito metros, no último sábado (29). Em quatro meses, esse foi o segundo acidente nas obras do estádio. No final de novembro do ano passado, dois operários morreram após a queda de um guindaste.

Hoje à tarde fiscais estiveram no estádio para fazer nova averiguação de segurança. O local permanece interditado e novas reuniões entre as contrutoras e os fiscais estão agendadas para amanhã.

São Paulo - Embora a construção ou a reforma de estádios para a Copa do Mundo seja encarada como um dos legados que o Mundial deixará para o país, é inegável que as 12 arenas só estão prontas (ou quase) agora por causa do grande evento de junho. Não fosse isso, sabe-se lá quando o Brasil teria estádios modernos - cujos projetos foram feitos, aliás, de forma a atender ao padrão Fifa, que determina, entre outras coisas, o tamanho mínimo daqueles que podem ser palco de jogos especiais, como a abertura e a final.A partir destas considerações, EXAME.com levantou o custo das obras e dividiu pelo número total de jogos que cada estádio vai receber daqui a cerca de três meses. Chega-se, assim, às partidas mais caras da Copa.Sob esta perspectiva, cada jogo no Mané Garrincha, em Brasília , sairá por R 200 milhões.É preciso considerar que esta conta por jogo não inclui nenhum outro gasto além dos colocados diretamente nos estádios. Somados, o custo de todos eles ultrapassou R$ 8 bilhões, mas nem tudo é verba pública.Especialistas temem que alguns dos estádios se tornem elefantes brancos após a Copa, principalmente em lugares sem tradição futebolística. O governo defende, porém, que eles são agora arenas multiuso e que serão economicamente viáveis ao receber, além de jogos de futebol , shows e eventos.  O Mané Garrincha, por exemplo, já recebeu 5 eventos (3 shows internacionais entre eles) desde que foi inaugurado em maio de 2013 (além das partidas de futebol). Atualizado dia 11/3, às 11h45
  • 2. 1º Mané Garrincha (Brasília) - R$ 200 milhões por jogo

    2 /13(Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)

  • Veja também

    Custo do estádio: R$ 1,4 bilhão Número de jogos: 7 (incluindo um nas oitavas, semi final e disputa pelo 3º lugar) Jogos da 1ª fase: Suíça x Equador, Colômbia x Costa do Marfim, Camarões x Brasil, Portugal x Gana.
  • 3. 2º Maracanã (Rio de Janeiro) - R$ 170 milhões por jogo

    3 /13(Tânia Rego/ABr)

  • Custo do estádio: R$ 1,19 bilhão Número de jogos: 7 jogos (incluindo um nas oitavas, semi-final e a grande final) Jogos da 1ª fase: Argentina x Bósnia e Herzegovina, Espanha x Chile, Bélgica x Rússia, Equador x França
  • 4. 3º Arena da Amazônia (Manaus) - R$ 167,3 milhões por jogo

    4 /13(REUTERS/Bruno Kelly)

    Custo do estádio: R$ 669,5 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Inglaterra x Itália, Camarões x Croácia, EUA x Portugal, Honduras x Suiça
  • 5. 4º Arena Pantanal (Cuiabá) - R$ 142,5 milhões

    5 /13(REUTERS/Stringer)

    Custo do estádio: R$ 570 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Chile x Austrália, Rússia x Coréia do Sul, Nigéria x Bósnia e Herzegovina, Japão x Colômbia.
  • 6. 5º Arena Corinthians (São Paulo) - R$ 136,6 milhões por jogo

    6 /13(Divulgação/ Odebrecht)

    Custo do estádio: R$ 820 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e uma semi-final) Jogos da 1ª fase: Brasil x Croácia, Uruguai x Inglaterra, Holanda x Chile, Coréia do Sul x Bélgica
  • 7. 7º Arena Pernambuco (Recife) - R$ 106,5 milhões por jogo

    7 /13(REUTERS/Ricardo Moraes)

    Custo do estádio: 532,6 milhões Número de jogos: 5 (incluindo uma oitava de final) Jogos da 1ª fase: Costa do Marfim x Japão, Itália x Costa Rica, Croácia x México, EUA x Alemanha.
  • 8. 8º Arena das Dunas (Natal) - R$ 100 milhões por jogo

    8 /13(Portal da Copa)

    Custo do estádio: R$ 400 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: México x Camarões, Gana x EUA, Japão x Grécia, Itália x Uruguai
  • 9. 9º Arena Fonte Nova (Salvador) - R$ 98,6 milhões por jogo

    9 /13(Governo Federal/Portal da Copa)

    Custo do estádio: R$ 591,7 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e um nas quartas-de-final) Jogos da 1ª fase: Espanha x Holanda, Alemanha x Portugal, Suiça x França, Bósnia e Herzegovina x Irã
  • 10. 10º Arena Castelão (Fortaleza) - R$ 96,4 milhões por jogo

    10 /13(Danilo Borges/Portal da Copa)

    Custo do estádio: R$ 518,6 milhões Número de jogos:6 (incluindo um nas oitavas e um nas quartas-de-final) Jogos da 1ª fase: Uruguai x Costa Rica, Brasil x México, Alemanha x Gana, Grécia x Costa do Marfim.
  • 11. 11º Arena da Baixada (Curitiba) - R$ 82,5 milhões por jogo

    11 /13(Divulgação/ CAP)

    Custo do estádio: R$ 330 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Irã x Nigéria, Honduras x Equador, Austrália x Espanha, Argélia x Rússia.
  • 12. 12º Beira-Rio (Porto Alegre) - R$ 66 milhões por jogo

    12 /13(Evandro Oliveira/PMPA)

    Custo do estádio:R$ 330 milhõesNúmero de jogos: 5 (incluindo um das oitavas de final)Jogos da 1ª fase: França x Honduras, Austrália x Holanda, Coréia do Sul x Argélia, Nigéria x Argentina
  • 13. Veja agora quais são os estádios da Copa que mais utilizaram recursos públicos

    13 /13(Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)

  • Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesEstádiosFiscalizaçãoFutebolItaquerãoMinistério do Trabalho

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Brasil

    Mais na Exame