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MST invade sede do Incra em Mato Grosso do Sul e pressiona governo por assentamentos rurais

Movimento informou que 200 militantrs participam do ato

MST invade sede do Incra nesta quarta-feira (Tarcísio Nascimento/MST-RJ Fonte: Agência Câmara de Notícias/Divulgação)

Publicado em 17 de abril de 2024 às 15h32.

Última atualização em 17 de abril de 2024 às 15h37.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST ) invadiu na manhã desta quarta-feira, 17, a sede do Instituto Nacional de Colonização e da Reforma Agrária ( Incra ) em Campo Grande (MS). O ato, iniciado por volta das 7h, foi informado pelo próprio movimento em nota em seu site oficial. Segundo o movimento, cerca de 200 militantes participam da ação.

No comunicado, o MST informou que a mobilização tem o objetivo de "pressionar pela distribuição de terras para reforma agrária em áreas que já estão em negociação, que possuem ocupações ou cujos proprietários possuem irregularidades com a União".

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"Nossa ocupação é uma ação organizada com o objetivo de avançarmos na negociação com o Incra em MS e no Brasil, rumo à Reforma Agrária", disse Laura Santos, da direção estadual do MST em Mato Grosso do Sul.

No Estado, o MST reivindica áreas em Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Corguinho, Itaquiraí, Japorã, Bataiporã e Dourados para destinação a assentamentos para reforma agrária. O movimento também acusa os proprietários das fazendas de crime de trabalho escravo.

O ato, de acordo com o movimento, faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre neste mês, conhecido como Abril Vermelho , em repúdio ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, quando 21 trabalhadores rurais ligados ao MST foram assassinados pela Polícia Militar.

No domingo, 14, o MST evadiu propriedades da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), e uma segunda área da Codevasf, utilizada pela Embrapa também em Petrolina.

Invasões chegam a 28 áreas em 11 estados

As invasões realizadas pelo MST, desde segunda-feira, 15, alcançaram 28 áreas em 11 Estados, segundo dados do próprio movimento. No mesmo dia, foram invadidas 24 áreas em 10 Estados e no Distrito Federal, com 20 mil famílias mobilizadas.

As invasões são registradas em Sergipe, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

O MST reivindica as áreas invadidas, as quais considera improdutivas, para assentamento e reforma agrária. O movimento informou que há 40 ações em andamento, alcançando o total de 16 Estados e o Distrito Federal, o que inclui invasões, acampamentos, assembleias e mobilizações.

A fim de frear as invasões do "Abril Vermelho" do MST, nesta semana, o governo federal lançou o Programa Terra para Gente, para acelerar o assentamento de famílias no País. O programa prevê a inclusão de 295 mil famílias no Programa Nacional de Reforma Agrária, sendo 74 mil assentadas e 221 mil reconhecidas ou regularizadas em lotes de assentamentos existentes até 2026. O MST afirmou, em nota, que as iniciativas do governo voltadas à reforma agrária são "insuficientes" e que há 70 mil famílias vivendo em acampamentos.

(Com Estadão Conteúdo)

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