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MP 927 causou pânico, diz Rodrigo Maia

Segundo presidente da Câmara dos Deputados, medida foi editada de maneira capenga pelo governo e diverge do que havia sido acordado na semana passada

Rodrigo Maia, presidente da Câmara: é preciso encontrar soluções definitivas (Amanda Perobelli/Reuters)

Rodrigo Maia, presidente da Câmara: é preciso encontrar soluções definitivas (Amanda Perobelli/Reuters)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 23 de março de 2020 às 12h37.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 19h21.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta segunda-feira que a MP 927 foi editada de maneira “capenga” pelo governo. “O que está publicado diverge do que conversamos na semana passada”, afirmou.

Segundo o presidente, o que estava acordado com o governo era a edição de um mecanismo para permitir a redução de 50% dos salários, parte que “sumiu do texto”. “A MP tem coisa boa, mas causou pânico com essa questão da suspensão do emprego”, disse.

Maia deve se reunir ainda hoje com o Ministério da Economia para tratar de uma solução para a questão. “Não dá para construir soluções pontuais a cada momento, só vai gerar mais problemas”, afirmou.

O governo Bolsonaro editou a MP na noite deste domingo. O texto, que tem validade imediata, mas precisa ser aprovado pelo Congresso em 120 dias para virar lei, permite a suspensão de contratos de trabalho e do pagamento de salários por 4 meses.

No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro escreveu que “a referida MP, ao contrário do que espalham, resguarda ajuda possível para os empregados” feita pelo governo. Não há, no entanto, qualquer menção à compensação estatal na MP enviada hoje.

A MP, no entanto, gerou apreensão e uma série de dúvidas entre assalariados, advogados e economistas. “A medida tem cara de improviso e não veio acompanhada de medidas para garantir a renda dos trabalhadores”, diz Daniel Duque, pesquisador do FGV IBRE na área de mercado de trabalho.

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