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Ministros são citados em conversa entre irresponsáveis, diz Maia

Diante de revelação de áudio entre delatores da JBS, Maia afirmou que "as pessoas vendem proximidade inexistente com os magistrados"

Rodrigo Maia: o presidente em exercício disse que não sabe se os novos fatos podem enfraquecer uma segunda denúncia contra Temee (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 14h02.

Última atualização em 5 de setembro de 2017 às 14h03.

Brasília - O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia , rechaçou a possibilidade de envolvimento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em ilícitos com os delatores da JBS e afirmou que muitas vezes as pessoas vendem proximidade inexistente com os magistrados.

"Os ministros do Supremo estão citados numa conversa entre dois irresponsáveis. Pelo amor de Deus. Não é porque tem político citado que a gente vai agora querer caracterizar que há problema no Supremo. De forma nenhuma. São dois irresponsáveis que citaram ministros do Supremo de forma absurda. Por isso que tenho convicção que o doutor (Rodrigo) Janot vai ter uma reação muito dura contra essa irresponsabilidade que está vindo à tona nas próximas horas", disse Maia, ao chegar para um evento na Câmara dos Deputados.

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Maia afirmou que, mesmo não conhecendo o conteúdo dos áudios, tem convicção de que os ministros do STF são eventualmente citados de forma irresponsável.

"Não tenho dúvida que são pessoas tentando falar de relações que muitas vezes não têm. Muita gente quer vender proximidade com ministros do Supremo que essas pessoas não têm. Tenho certeza, convicção, mesmo não sabendo do conteúdo, que são duas ou três pessoas irresponsáveis tratando de ministros do supremo. Essa é minha convicção."

Enfraquecimento

O presidente da República em exercício disse também que não sabe se os novos fatos trazidos à tona pelo Procurador-Geral da República, que colocam suspeitas na delação a JBS, podem enfraquecer uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

"Não sei (se enfraquece a denúncia e fortalece Temer). Ontem estávamos discutindo como é que ia ser a denúncia: qual o prazo, quando ela vem. Agora estamos discutindo a reorganização da delação da JBS. O Brasil é um país em que em 12 horas tudo pode mudar", comentou.

Apesar de não fazer juízo de valor, Maia negou que o questionamento da PGR possa inviabilizar a denúncia e fez elogios à atuação de Janot.

"Não, o que eu acho é que ele deu um prazo muito curto para se esclarecer esta questão. Como tem sido da tradição dele, ele sempre tem tomado com indícios como estes decisões muito duras e acho que, a minha opinião, claro que é uma decisão dele, ele saberá avaliar, ele vai tomar decisões duras em relação a esta relação do ex-procurador Marcelo com a JBS, outras delações do setor privado que ele participou de um lado, do próprio escritório que ele trabalhou, do outro", disse.

"Todos nós queremos que as investigações, em todos os casos, continuem para que aqueles que são culpados sejam condenados e aqueles que foram citados de forma irregular, sem provas, que seus inquéritos sejam arquivados. É importante que se supere esta fase para que a própria procuradoria continue trabalhando da forma como vem trabalhando nos últimos anos", completou.

Agenda na Câmara

Maia afirmou ainda que a agenda da Câmara continuará a mesma e, se a denúncia chegar, ela será votada sem paralisar o andamento da Casa.

"Acho que a Câmara vai continuar trabalhando. Na hora que tiver que votar a denúncia, vamos votar a segunda denúncia, se ela existir", disse. "A gente deveria discutir uma segunda denúncia quando ela for efetivamente apresentada e o Dr. Janot tem até o dia 17 pra isso", completou, em referência a data em que Janot deixa o cargo.

O presidente em exercício disse ainda que, assim que o conteúdo dos áudios for revelado, é "claro" que haverá um caminho para "fortalecer ou enfraquecer" a delação da JBS.

"Ele recebeu de forma surpresa os áudios que não conhecemos ainda o conteúdo e acho que ele vai tomar as decisões duras que tem tomado ao longo do mandato dele como procurador da República", comentou.

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