Ministros do PMDB tentam ficar nos cargos e apelam a Renan
A tendência é de que os ministros coloquem nas mãos de Dilma a decisão sobre permanência nos cargos
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2016 às 07h43.
Brasília - A imposição do diretório nacional do PMDB para seus membros deixarem os cargos no governo Dilma Rousseff foi ignorada nesta quarta-feira, 30, pelos ministros da legenda. A moção aprovada anteontem determinava a "imediata saída".
A tendência, contudo, é de que os peemedebistas, que atualmente ocupam o primeiro escalão do governo, coloquem nas mãos de Dilma a decisão sobre a permanência nos cargos.
Esse entendimento foi discutido ontem em encontro realizado entre a presidente e alguns dos ministros do partido, que pretendem ficar no governo.
"Hoje (ontem) nós discutimos com a presidenta e fizemos algumas avaliações do cenário. Voltaremos a ter um encontro com ela até sexta-feira para dialogar sobre esse tema", afirmou ao Estado o ministro dos Portos, Hélder Barbalho.
O ministro é filho do senador Jader Barbalho (PA), fundador do PMDB e um dos principais críticos à decisão pelo desembarque.
Sobre a influência que a decisão do PMDB terá na permanência dos ministros, Hélder respondeu: "Pergunte para quem esteve lá, eu não estive".
Entre os critérios que deverão ser pesados na decisão de Dilma pela manutenção dos ministros do PMDB está o potencial de votos de cada um contra o processo de impeachment.
Segundo integrantes do governo, até sexta-feira, a presidente também deverá ter definido o mapa de um novo bloco de apoio de partidos da base aliada.
Entre as siglas que podem ter os espaços ampliados com os ministérios do PMDB estão PP, PR e PSD.
Além do ministério de Portos, o PMDB comanda atualmente as pastas de Minas e Energia, Agricultura, Saúde, Ciência e Tecnologia e Aviação Civil. Na véspera do encontro do diretório do partido, Henrique Eduardo Alves, indicado pelo vice-presidente Michel Temer, deixou o Turismo.
Mensagens
Num tom acima do adotado pelo ministro Hélder Barbalho, a ministra Kátia Abreu (Agricultura) recorreu ontem às redes sociais para dizer que também não pretende deixar o governo.
As mensagens foram publicadas instantes depois de uma foto publicada no site do jornal Folha de S.Paulo flagrar uma troca de mensagens entre ela e um interlocutor.
O texto dizia que ela e mais cinco ministros do PMDB ficariam no governo depois de se licenciarem do partido.
Pessoas próximas da ministra informaram à reportagem que ela não manifestou desagrado com o vazamento da mensagem e que até riu da situação.
"Continuaremos no governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise", escreveu a ministra no Twitter.
"Deixamos a presidente à vontade caso ela necessite de espaço para recompor sua base", afirmou. "O importante é que na tempestade estaremos juntos", concluiu.
Os ministros peemedebistas também procuraram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que conversou separadamente com Eduardo Braga (Minas e Energia), Marcelo Castro (Saúde), Kátia Abreu e Helder Barbalho, horas depois do encontro do diretório nacional.
"Eles próprios não tinham ainda definido o que fariam. E ficaram, segundo me disseram, de conversar com a presidente da República, que ao final e ao cabo é quem cabe dizer se eles vão ficar ou sair", afirmou Renan.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - A imposição do diretório nacional do PMDB para seus membros deixarem os cargos no governo Dilma Rousseff foi ignorada nesta quarta-feira, 30, pelos ministros da legenda. A moção aprovada anteontem determinava a "imediata saída".
A tendência, contudo, é de que os peemedebistas, que atualmente ocupam o primeiro escalão do governo, coloquem nas mãos de Dilma a decisão sobre a permanência nos cargos.
Esse entendimento foi discutido ontem em encontro realizado entre a presidente e alguns dos ministros do partido, que pretendem ficar no governo.
"Hoje (ontem) nós discutimos com a presidenta e fizemos algumas avaliações do cenário. Voltaremos a ter um encontro com ela até sexta-feira para dialogar sobre esse tema", afirmou ao Estado o ministro dos Portos, Hélder Barbalho.
O ministro é filho do senador Jader Barbalho (PA), fundador do PMDB e um dos principais críticos à decisão pelo desembarque.
Sobre a influência que a decisão do PMDB terá na permanência dos ministros, Hélder respondeu: "Pergunte para quem esteve lá, eu não estive".
Entre os critérios que deverão ser pesados na decisão de Dilma pela manutenção dos ministros do PMDB está o potencial de votos de cada um contra o processo de impeachment.
Segundo integrantes do governo, até sexta-feira, a presidente também deverá ter definido o mapa de um novo bloco de apoio de partidos da base aliada.
Entre as siglas que podem ter os espaços ampliados com os ministérios do PMDB estão PP, PR e PSD.
Além do ministério de Portos, o PMDB comanda atualmente as pastas de Minas e Energia, Agricultura, Saúde, Ciência e Tecnologia e Aviação Civil. Na véspera do encontro do diretório do partido, Henrique Eduardo Alves, indicado pelo vice-presidente Michel Temer, deixou o Turismo.
Mensagens
Num tom acima do adotado pelo ministro Hélder Barbalho, a ministra Kátia Abreu (Agricultura) recorreu ontem às redes sociais para dizer que também não pretende deixar o governo.
As mensagens foram publicadas instantes depois de uma foto publicada no site do jornal Folha de S.Paulo flagrar uma troca de mensagens entre ela e um interlocutor.
O texto dizia que ela e mais cinco ministros do PMDB ficariam no governo depois de se licenciarem do partido.
Pessoas próximas da ministra informaram à reportagem que ela não manifestou desagrado com o vazamento da mensagem e que até riu da situação.
"Continuaremos no governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise", escreveu a ministra no Twitter.
"Deixamos a presidente à vontade caso ela necessite de espaço para recompor sua base", afirmou. "O importante é que na tempestade estaremos juntos", concluiu.
Os ministros peemedebistas também procuraram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que conversou separadamente com Eduardo Braga (Minas e Energia), Marcelo Castro (Saúde), Kátia Abreu e Helder Barbalho, horas depois do encontro do diretório nacional.
"Eles próprios não tinham ainda definido o que fariam. E ficaram, segundo me disseram, de conversar com a presidente da República, que ao final e ao cabo é quem cabe dizer se eles vão ficar ou sair", afirmou Renan.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.