Exame Logo

Ministro da Defesa busca recursos para Forças Armadas, enquanto governo discute bloqueio de gastos

Equipe do Ministério da Fazenda avalia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas dos ministérios para o próximo ano

ministro da Defesa, José Mucio Monteiro durante lançamento da iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES AZUL, no navio de pesquisa da Marinha do Brasil, atracado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro em janeiro de 2024 (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 18 de julho de 2024 às 07h19.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais recursos para as Forças Armadas enquanto a equipe econômica discute contingenciamento do Orçamento federal. A equipe do Ministério da Fazenda também avalia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas dos ministérios para o próximo ano.

Múcio levou a Lula dados de uma série histórica de 2014 a 2024 que mostram que este foi o ano no qual o ministério contou com o menor valor voltado ao pagamento de despesas discricionárias e de recursos direcionados para investimentos de projetos estratégicos — agora incluídos no Novo PAC. Os números do Ministério da Defesa apontam perda de 47% de recursos da pasta ao longo de uma década.

Veja também

Despesas discricionárias abrangem, por exemplo, pagamento de energia elétrica, combustível e água para funcionamento de organizações militares, além das horas de voos empregadas em operações. O argumento levado a Lula é de que o ministério precisa de mais recursos para concluir o ano e seguir funcionando como está.

Múcio teve uma sequência de reuniões para tratar o assunto. Primeiro, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na segunda-feira. Depois, na terça-feira, com os comandantes das Forças Armadas — do Exército, Tomás Paiva, da Marinha, Marcos Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damansceno — e o presidente Lula.

Na manhã desta quarta, Lula voltou a receber Múcio, dessa vez com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Rui Costa juntos, para tratar do tema.

O ministro preferiu não antecipar o quanto será necessário para bancar custeio e investimento das Forças.

"Fui levar as nossas despesas. Nossos recursos represados, nos últimos dez anos, tivemos decréscimo na ordem 47%, mostrei os dados ao presidente. Estou precisando de dinheiro para pagar contas e os programas estratégicos", disse o ministro ao GLOBO na quarta.

Integrantes da cúpula das Forças Armadas que tiveram com Lula na terça para tratar do tema avaliaram que o presidente demonstrou sensibilidade com a demanda, especialmente no que diz respeito a recursos para manutenção dos serviços prestados pelas forças.

Sobre os investimentos, o Novo PAC reservou R$ 52,8 bilhões em projetos estratégicos de Defesa, grande parte deles já previstos pelas três Forças.

O plano de investimentos prevê para o Exército a compra e desenvolvimento de veículos blindados, de drones e a modernização de helicópteros. Para a Marinha, está previsto o submarino nuclear, construção de fragatas e de submarinos convencionais. Já na Aeronáutica, foram incluídos no programa o programa de compra e desenvolvimento do F-39 Gripen, caças suecos que foram adquiridos ainda no governo de Dilma Rousseff e que está em execução.

Quem são os ministros do governo Lula

Acompanhe tudo sobre:Ministério da Defesa

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame