Manifestação pró-democracia fecha os dois sentidos da Avenida Paulista
Trecho interditado chegou a sete quarteirões, e houve cobrança pela deportação do ex-presidente após atos golpistas em Brasília
Agência O Globo
Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 06h36.
Os dois sentidos da Avenida Paulista estão ocupados por manifestantes pró-democracia que participam do ato convocado por movimentos sociais após a destruição das sedes dos três Poderes neste domingo, em Brasília.
O bloqueio na Paulista ia da Rua da Consolação até a Rua Pamplona, um grande trecho da avenida de sete quarteirões. As áreas mais cheias atingiam cerca de dois quarteirões. Também houve registro de centenas de manifestantes na Cinelândia, no Centro do Rio, e em outros estados.
Em São Paulo, os manifestantes ficaram mais aglomerados nos dois quarteirões entre o MASP, onde está parado o único carro de som. Algumas pessoas trajando camisas do Palmeiras usaram sinalizadores e fogos de artifício. Até as 20h, o clima da manifestação era pacífico.
Famílias com crianças e cachorros eram vistos ao longo da via. Alguns manifestantes exibiam a cartazes com a capa da Constituição e também a bandeira do Brasil. A multidão começou a se movimentar para descer a Rua Augusta por volta das 20h15m. O ato será encerrado na Praça Roosevelt, na região central da cidade.
O músico Edson Piza, de 31 anos, exibia um cartaz que, segundo ele, gostaria que surtisse efeito nos Estado Unidos, para onde o ex-presidente Jair Bolsonaro viajou em dezembro. Ele era um dos participantes na manifestação pró-democracia.
"Quero que a mensagem chegue lá e que ele seja preso, após julgamento pelas leis brasileiras", afirmou.
Os gritos ouvidos em toda manifestação eram recorrentemente de “ão ão ão Bolsonaro na prisão” e “sem anistia”.
Torcidas rivais unidas
Torcedores de grandes times do futebol paulistano também se encontraram. Alguns manifestantes exibiam camisas do Corinthians, São Paulo e Palmeiras. A presença foi incentivada pelas torcidas organizadas dos clubes.
Bruno Corvach, de 21 anos, diz que a união dos times é “o mínimo” que os torcedores podem fazer:
"Chega de ficar se matando. Este é um momento de revolução, contarei para minha filha, quando ela crescer, o que vivemos aqui."