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Maia: Congresso tem que entender as urnas e começar trabalhos

Presidente da Câmara dos Deputados confia também na vitória de Eduardo Paes no Rio, pelo mesmo motivo que vota em Bolsonaro: a questão econômica do País

Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. (Andre Coelho/Bloomberg)

Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. (Andre Coelho/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 12h52.

Rio - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), votou hoje "com convicção" no candidato do PSL, Jair Bolsonaro, por volta das 11h deste domingo, em uma escola dentro de um condomínio da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, bairro que é um dos fortes redutos eleitorais do ex-capitão do exército.

Ele minimizou a queda de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem, e disse que amigos que votariam nulo decidiram votar em Bolsonaro, para evitar surpresas.

"Acho que não (chance de Bolsonaro perder). Vi em grupos que alguns amigos que iam votar nulo, porque não queriam votar no Jair, ontem, quando a pesquisa apareceu com diferença menor, migraram novamente de nulo para o Jair. Então, acho que no caso da eleição presidencial, a diferença vai ser igual ou até maior do que as pesquisas mostraram ontem", declarou.

Ele confia também na vitória de Eduardo Paes (DEM-RJ) no Rio, pelo mesmo motivo que vota em Bolsonaro: a questão econômica do País. Segundo Maia, apenas os dois candidatos tem condição de tirar o Brasil e o Estado do Rio de Janeiro da situação caótica em que se encontram, tanto do ponto de vista econômico como de segurança.

"Eu defendo que o Congresso compreenda o resultado das urnas e comece a trabalhar na próxima semana. O Brasil precisa das reformas, diminuir o tamanho do estado. Mesmo aqueles que lutam contra, precisam entender que nem para pagar os seus salários haverá dinheiro. Se nós não reformarmos, o Brasil vai acabar caminhando para uma moratória, como na década de 80", avaliou.

Maia disse que vai esperar o resultado das urnas para saber qual será prioridade do próximo governo em relação ao Congresso, mas que pretende reiniciar o debate sobre o projeto que visa modificar o Estatuto do Desarmamento, que foi sancionado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. Pelo projeto, segundo Maia, a Polícia Federal deixaria de ter o poder de dar a última palavra sobre a concessão do porte de arma, como ocorre hoje.

"Estamos negociando, precisamos ter muito cuidado, é um tema que foi colocado na eleição e foi vitorioso, a sociedade tem esse tema, principalmente no campo. Acho que a proposta da bancada da segurança pública em relação à questão urbana está muito bem colocada, restringe o acesso a arma, só que tira da Policia Federal o poder discricionário. Acho que não é uma coisa polêmica, se bem explicada", afirmou.

"Eu não estou propondo armar, proponho ao contrário, restringir o poder do estado. No Rio de Janeiro você recebe uma arma e em São Paulo não. Acho que tem que ser igual para todos", completou.

Segundo Maia, o caso do porte rural é mais polêmico e precisa "ser estudado com carinho", mas lembrou que o campo votou maciçamente no deputado Jair Bolsonaro, e por isso entende que é a sociedade que quer discutir o tema.

Já incorporando outra bandeira de Bolsonaro, a agricultura, Maia destacou que é preciso um gestor na presidência do Brasil que resolva o problema do Orçamento, ressaltando que não é possível ter um orçamento primário de R$ 1,3 trilhão e apenas R$ 30 bilhões para investimentos, "quando há uma necessidade logística para escoar a agroindústria de investimentos de R$ 1 trilhão" , afirmou.

Semana passada Maia esteve no mesmo hotel no Rio que agricultores se reuniram para visitar o candidato Jair Bolsonaro. Na ocasião, segundo fontes, os representantes de um terço do PIB do Brasil cobraram de Maia a defesa da categoria, e reclamaram que o deputado não sabia dos problemas do setor.

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