Lula cita Janot e Miller para atacar Ministério Público Federal
O ex-presidente afirmou que o MPF "tem a ideia de tentar transformá-lo no power point deles"
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 20h11.
Curitiba - Em um dos pontos de irritação de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo interrogatório como réu da Lava Jato, ao juiz federal Sérgio Moro, o ex-presidente citou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot , o ex-procurador Marcelo Miller, pivô do escândalo da delação da JBS, para atacar o Ministério Público Federal.
Lula foi ouvido nesta quarta-feira, 13, em ação em que é acusado de receber propina da Odebrecht em um terreno para o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo.
"O Ministério Público é muito engraçado. Graças a Deus, como Deus escreve certo por linhas tortas, as coisas estão virando verdadeiras. Nós estamos vendo o que está acontecendo com o Janot, estamos vendo o que está acontecendo com o Miller e a força-tarefa da Lava Jato aqui em Brasília (Curitiba) está tratando de forma a destruir o Ministério Público contando inverdades", disse Lula.
Segundo ele, os procuradores inventaram que o triplex era meu, porque O Globo disse, e não é, e o senhor sabe disso".
"Eles agora inventaram que o apartamento é meu, e não é, e eles sabem disso. Como inventaram a história do sítio, que é meu, e não é. Ou seja, três denúncias do Ministério Público por ilação."
Lula afirmou que o MPF "tem a ideia de tentar transformar o Lula no power point deles".
Lula afirmou que quando o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, apresentou o "power point" que o colocava no centro da organização criminosa acusada de corrupção na Petrobras, ele mostrou "uma peça de ficção que se transformou na nave-mãe dos processos contra mim".
"Contaram uma inverdade deslavada e submeteram à imprensa, para poder continuar contando inverdade, e a imprensa tentar transformar em verdade, inventaram também essa história desse prédio", disse Lula a Moro.
Era o imóvel de R$ 12 milhões que seria doado pela Odebrecht, como propina.
O ex-presidente disse que quer enfrentar a força-tarefa para provar a inocência dele.
"Só espero que eles tenham a grandeza de um dia me pedir desculpas. Só não sei se o senhor Miller vai pedir desculpa pela palhaçada que foi feita com o Joesley em Brasília e que agora está sendo desmontada."