Lei Joca: Câmara aprova projeto que regulamenta transporte de pets em avião; veja o que muda
Lei é em homenagem ao golden retriever de cinco anos que morreu durante um transporte aéreo no último dia 22
Agência de notícias
Publicado em 10 de maio de 2024 às 11h32.
Em votação simbólica na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira 8, foi aprovado o projeto de lei que regulamenta o transporte aéreo de gatos e cães de estimação. A proposta, que ganhou o nome de Lei Joca em homenagem ao golden retriever de cinco anos que morreu durante um transporte aéreo no último dia 22, estabelece que as companhias aéreas ofereçam o serviço de rastreamento e transporte dos animais dentro da cabine dos passageiros. O texto agora vai ao Senado.
O texto aprovado é mais limitado do que o projeto original, que previa a oferta dos mesmos serviços também por empresas de transporte terrestre e fluvial. Até então, não havia legislação nacional que determinasse regras para o transporte animal.
Esta ausência de regulamentação e a morte de Joca motivaram, como mostrou o Estadão, a apresentação de novos projetos tanto na Câmara quanto no Senado, todos eles com o objetivo de promover maior conforto e segurança aos pets.
No último dia 30, a mobilização levou à retomada da apreciação do projeto de 2022 proposto pelos deputados Alencar Santana Braga (PT-SP), Odair Cunha (PT-MG) e Carlos Veras (PT-PE) após o sumiço de uma cadela, a Pandora, durante uma conexão no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, naquele ano.
Além da obrigatoriedade do serviço de rastreamento dos cães e gatos durante todo o voo e a permissão do transporte desses animais na cabine, a medida também determina a presença de médicos-veterinários em aeroportos com transporte anual superior a 600 mil passageiros.
O objetivo é que os animais sejam acompanhados durante o embarque, acomodação e desembarque, além de supervisionados pelo tutor a qualquer momento. Ainda, estabelece que a empresa garanta condições confortáveis para a viagem do animal, assegurando a segurança dele e de todos os demais passageiros.
O texto também resguarda as companhias aéreas, reservando a elas o direito de não realizar o transporte dos animais de estimação caso a viagem ofereça risco à saúde do animal, à segurança ou por quaisquer outras restrições operacionais.
Justificando a proposta, o relator que apresentou o texto substituto, deputado Fred Costa (PRD-MG), ressaltou que "animal de estimação não é bagagem e, portanto, não deve ser transportado no compartimento de carga". Ainda de acordo com o parlamentar, a legislação pode evitar a recorrência de casos como o de Joca que, segundo ele, "talvez tivesse sido diferentes se um profissional o tivesse avaliado antes do embarque no aeroporto de Fortaleza".
O golden retriever, transportado pela Gollog, empresa da companhia aérea Gol, morreu após uma falha operacional que o embarcou em um avião diferente do que levava o tutor dele. Em vez de seguir viagem para Sinop, em Mato Grosso, a partir do Aeroporto de Guarulhos, o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza, no Ceará, e, ao retornar para São Paulo, não sobreviveu.
A companhia Gol informou que ofereceu todo o suporte necessário ao tutor e à família dele e que "a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com total prioridade".