Itaú é acusado de racismo por empresária carioca
Lorenna Vieira, dona de uma marca de cosméticos, contou nas redes sociais que foi foi levada para delegacia por suspeita de fraude após tentar sacar R$1.500
Carolina Ingizza
Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 18h27.
A empresária carioca Lorenna Vieira, dona da marca de cosméticos Use Badgall, afirmou em suas redes sociais ter sido vítima de racismo em uma agência do Banco Itaú na última quinta-feira, 30.
Em sua conta no Instagram, a empresária e influenciadora digital contou que se dirigiu a uma agência do banco na Penha, no Rio de Janeiro, para buscar a segunda via de um cartão e sacar 1.500 reais para pagar contas.
Ao chegar no local, foi informada pelas funcionárias de que seu cartão estava bloqueado, pois o banco achava as movimentações de sua conta suspeitas. Os atendentes do banco também não confirmaram sua identidade porque disseram que ela estava diferente da foto do documento. Lorenna usa hoje o cabelo natural, mas na foto está alisado.
Enquanto esperava a situação ser resolvida pela instituição, foi surpreendida pela polícia, que a escoltou até a 22ª DP do Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos.
Os policiais disseram, segundo a jovem, que era impossível reconhecê-la na foto da identidade. Ela afirma também que eles fizeram perguntas sobre seu namorado, o DJ Rennan da Penha -- solto em novembro do ano passado após ter sido preso por associação para o tráfico de drogas.
Na época, muitos argumentaram que sua prisão era arbitrária. A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro questionou a decisão da justiça por considerar “criminalização da arte popular”.
Lorenna foi liberada pelos policiais na quinta-feira após comprovação da autenticidade de seu documento. Na sequência, ela relatou o ocorrido a seus mais de 300 mil seguidores no Instagram e outros 125 mil no Twitter. Desde então, a hashtag #ItauRacista está entre os tópicos mais comentados da rede social.
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Celebridades, como o youtuber Felipe Neto e o ator José de Abreu, cobraram uma resposta do Itaú. O banco, por meio de nota, se pronunciou lamentando o acontecido e se desculpando com a empresária.
Leia abaixo a resposta oficial do Itaú:
O Itaú Unibanco lamenta profundamente os transtornos causados a Lorenna Vieira. O banco esclarece que a verificação de documentos é obrigatória nos casos em que o cliente não tenha em mãos o cartão do banco ou não faça uso de biometria para realizar saques. O objetivo do procedimento é garantir a segurança dos próprios clientes, e não tem qualquer relação com questões de raça ou gênero. Infelizmente, pessoas tentam aplicar diariamente golpes usando documentos falsos em agências do banco. Em razão desse procedimento, o Itaú Unibanco conseguiu evitar inúmeras fraudes dessa natureza contra seus clientes. O banco reitera o pedido de desculpas a Lorenna pelo incômodo que a abordagem causou a ela e segue à disposição para mais esclarecimentos.