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Escolta da PF para Bolsonaro cresce por ameaças, diz presidente do PSL

Bebiano afirmou que a PF faz investigação sigilosa sobre possível envolvimento do PCC na facada; primeiro inquérito concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho

Bolsonaro: a investigação sobre a suposta participação da facção criminosa no atentado estaria sob sigilo (Raysa Campos Leite/Reuters)

Bolsonaro: a investigação sobre a suposta participação da facção criminosa no atentado estaria sob sigilo (Raysa Campos Leite/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 09h46.

Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 11h53.

O número de policiais federais na escolta do candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, aumentou de 25 para 30 e passou a incluir agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro até o dia da eleição, no domingo (28). A informação é do presidente do PSL, Gustavo Bebiano.

Segundo ele, a mudança foi decorrente de "relatos de ameaças". Apesar de a Polícia Federal já ter concluído um primeiro inquérito em que afirma que Adélio Bispo agiu sozinho quando esfaqueou Bolsonaro, no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG), Bebiano afirmou que há "fortes indícios" de que o atentado foi promovido ou, pelo menos, teve a participação do Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.

Segundo a liderança partidária, a investigação sobre a suposta participação da facção criminosa no atentado estaria sob sigilo. "As informações que a campanha já tem são suficientes para adotar um cuidado redobrado", destacou.

Ele informou ainda que, além da segurança oficial da PF e da PM, há policiais civis que, voluntariamente, ajudam na segurança do candidato quando estão de folga: "Então, existe um efetivo muito grande hoje. Temos informes e informações que são prestados por diversos organismos de segurança. Nós confiamos nas autoridades competentes e nessas instituições policiais que hoje cuidam da vida do candidato Jair Bolsonaro".

Para Bebiano, haveria uma real ameaça de atentado contra o candidato porque Bolsonaro representaria "uma ruptura, um ponto final na criminalidade e no estado de coisas que se instalou no Brasil".

Campanha

Durante a tarde, Bolsonaro saiu de casa na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, e foi para a produtora do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, na zona sul. Ao contrário do que estava previsto, ele não fez gravações para a TV, porque segundo Bebiano, estava meio indisposto.

"A colostomia estava incomodando um pouco. Ele ficou um pouquinho, prestigiou as pessoas que trabalharam e teve que ir embora para fazer a higienização. Mas está bem, recuperando o peso e com a anemia praticamente debelada", disse.

Ainda de acordo com Bebiano, a maior parte da equipe encerrou hoje o trabalho de produção dos programas eleitorais. Permanecerá apenas um grupo menor para o caso de ser necessária uma nova gravação.

O presidente do partido acrescentou que amanhã ou quinta-feira Bolsonaro poderá fazer mais um vídeo para a propaganda eleitoral de sexta-feira. Ele disse que, se isso ocorrer, será na casa do candidato para evitar deslocamentos.

Gustavo Bebiano comentou ainda a repercussão em jornais estrangeiros da ameaça à democracia que a eventual vitória de Bolsonaro significaria. Para o dirigente do PSL, esses meios de comunicação seriam induzidos a erro por agências de notícias com viés à esquerda.

"O que a gente pode dizer não só para a imprensa europeia, mas para o mundo todo é que o candidato Jair Bolsonaro representa uma oxigenação à democracia", observou.

Segundo Bebiano, nos próximos dias Bolsonaro pretende descansar e não tem agendas previstas para compromissos fora de casa. Esta prevista uma ida a Brasília no início da próxima semana.

Depois do segundo turno, o PSL pretende entrar com uma ação na Justiça contra as declarações do artista Geraldo Azevedo, repetidas pelo candidato do PT Fernando Haddad, segundo as quais o candidato a vice-presidente de Bolsonaro, general Mourão, seria um torturador. As acusações foram negadas e consideradas fake news.

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