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Informações sobre preços do diesel ainda não estão em todos os postos

Regra foi determinada por meio de portaria do Ministério da Justiça, publicada no dia 1º de junho em edição extra do Diário Oficial da União

Combustível: nem todos os postos de combustíveis do DF estão cumprindo a determinação de informar o valor que era cobrado pelo litro de diesel no dia 21 de maio (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de junho de 2018 às 14h52.

Nem todos os postos de combustíveis do Distrito Federal estão cumprindo a determinação de informar, por meio de placas visíveis aos clientes, o valor que era cobrado pelo litro de diesel no dia 21 de maio. A regra foi determinada por meio de portaria do Ministério da Justiça, publicada no dia 1º de junho em edição extra do Diário Oficial da União.

A medida foi adotada pelo governo federal sob a justificativa de garantir que a redução de R$ 0,46 por litro deste combustível, nas refinarias, seja repassada ao consumidor final.

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Apesar de estarem alterando as placas com o preço da gasolina e do etanol, os funcionários de um posto Asa Norte ainda não haviam sido informados sobre a necessidade de apresentar, próximo às bombas de diesel, o valor que era cobrado em 21 de maio. De acordo com funcionários do posto, os R$ 3,999 cobrados pelo litro de diesel não foram reduzidos por conta de o estoque ser antigo e não ter, ainda, o desconto de R$0,46 dado pelas refinarias.

Segundo as chefias do posto que estava sem as placas com os preços antigos, não houve esclarecimento das autoridades sobre os procedimentos que devem ser adotados.

"Temos um estoque de quase 4 mil litros de diesel antigo. Normalmente se leva uma semana para vendermos essa quantidade. Estamos em uma sinuca de bico, sem saber o que fazer, ainda mais porque poucos caminhões circulam dentro da cidade", disse à Agência Brasil uma das chefias do posto, que não quis se identificar por não ter autorização para falar com a imprensa.

Contatado pela Agência Brasil, o Ministério da Justiça (MJ) informou que, para não repassarem o desconto, os postos de combustíveis precisam comprovar, por meio de nota fiscal, que o estoque comprado é antigo e não contém o desconto. Mesmo assim, segundo técnicos jurídicos do MJ, é obrigatória a apresentação do preço na data de 21 de maio. Caso o cliente questione o preço sem o desconto, cabe ao posto apresentar as notas para comprovar que a venda é ainda do estoque sem desconto.

A última nota fiscal obtida pelo posto da Asa Norte está datada em 30 de maio, ainda com o preço do diesel em alta, informou um dos funcionários do posto. Foram adquiridos 5 mil litros de diesel. Desde então, foram vendidos apenas mil litros.

"De fato é uma situação de vulnerabilidade a nossa. Estamos correndo o risco de ficar com estoque encalhado por os outros postos já terem baixado o preço do diesel. Nosso preço ainda está alto e, com isso, a tendência é a de os clientes optarem pela concorrência, até que adquiramos diesel no novo preço. Com isso, a situação que se vislumbra é a de, talvez, termos de assumir o prejuízo para trocar o estoque e baixar o preço", disse o funcionário responsável pelo posto.

Segundo ele, o dono do posto já encomendou uma placa contendo o preço antigo. Ela, no entanto, só ficará pronta no próximo dia 6. Ao ser informado de que outros postos estariam imprimindo o preço antigo em folhas de papel e colocando-as próximas à bomba, o funcionário disse que fará o mesmo, enquanto a placa encomendada não for entregue.

Redução

Postos do DF começam a ajustar os preços do diesel com a redução de R$ 0,46. - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Funcionários de postos localizados na BR-020, onde a circulação de caminhões é maior do que no Plano Piloto, também relatam falta de clareza com relação às novas regras, mas parte deles optou por reduzir os R$ 0,46 por litro do combustível.

Em um dos postos, a orientação dada foi a de colocar as placas com o preço antigo e reduzir o litro de diesel, que em 21 de maio estava a R$ 4,059, para R$ 3,599. "O diesel estocado está no preço alto. Ou seja, corremos o risco de ter prejuízo porque pagamos caro", disse a caixa do posto, Mayara Pereira.

Ela explicou que coube ao gerente e aos acionistas do posto explicarem o que fazer. "Tivemos dias de muito movimento e com filas enormes. Não dava tempo nem de tentar se informar sobre o que estava acontecendo fora daqui. No máximo ouvíamos algo falado pelos clientes, mas nem tudo que sai da boca do povo é verdade", disse Mayara.

De acordo com a funcionária, os clientes continuam reclamando do preço mesmo após a redução. "Há muitos clientes desinformados que, no final de semana, antes mesmo de a nova regra começar a vigorar, já cobravam as placas com os preços antigos. Essas dúvidas mostram que a divulgação dessas mudanças não está sendo tão eficiente", completou.

Caminhoneiros

Em um outro posto da BR-020, o caminhoneiro José Henrique Chiarelli diz ser difícil, para os caminhoneiros, saberem se os preços informados nas placas dos postos são, de fato, os praticados no dia 21. "Os preços já estavam muito altos há muito tempo. Eles (os postos) aumentaram mais do que o necessário e agora estão baixando menos do que poderiam. Essa situação tornará mais visível a participação que os postos tiveram para a alta nos preços dos combustíveis", disse o caminhoneiro.

Em um outro posto, próximo dali, o caminhoneiro Ricardo de Lima Reis confessa não ficar muito atento ao preço porque quem paga pelo combustível é a empresa para a qual trabalha.

Ele disse desconhecer as regras de exposição dos preços antigos para confirmar se o desconto foi repassado ao consumidor final. "Nem ouvi falar disso. Como estive viajando neste final de semana, não estou a par dos últimos acontecimentos. Por isso acabei abastecendo sem prestar atenção nesses detalhes", diz o caminhoneiro.

De acordo com o Ministério da Justiça, os postos que não repassarem o desconto dado pelo governo no óleo diesel poderão sofrer uma série de punições, desde multa até o fechamento do estabelecimento.

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