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Haddad: não alienaria ações de uma empresa estratégica como a Embraer

O ex-prefeito de SP criticou neste domingo, 29, a política econômica do governo de Michel Temer

Haddad: "Tenho tido conversas com autoridades para me apropriar de dados da situação do País" (Suamy Beydoun/FuturaPress)

Haddad: "Tenho tido conversas com autoridades para me apropriar de dados da situação do País" (Suamy Beydoun/FuturaPress)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de julho de 2018 às 16h29.

São Paulo - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador de programa de governo do Partido dos Trabalhadores (PT), criticou neste domingo, 29, a política econômica do governo de Michel Temer e ressaltou que o teto que limita a alta dos gastos públicos "amarra o desenvolvimento nacional".

Ele criticou ainda a mudança das regras do pré-sal e a operação de venda da Embraer, segundo ele, todas medidas sem discussão com a sociedade.

"No caso da Embraer, não estou dizendo que está certo ou errado, não sou especialista. Eu a rigor não alienaria ações de uma empresa estratégica como a Embraer", disse ele, ressaltando que os termos do acordo não são conhecidos. "A Embraer é um investimento de décadas dos brasileiros", disse durante sabatina no evento Conhecer - Eleições Presidenciais, realizado neste domingo na Casa de Portugal, na capital paulista.

"Espero que eles não sejam bem sucedidos nos leilões que estão fazendo", disse o petista ao falar do pré-sal. "Defendo que a questão do pré-sal seja objeto de plebiscito."

Haddad disse durante o evento que o erro após a reeleição da presidente Dilma Rousseff foi que ela tomou uma "decisão de política econômica equivocada".

Haddad afirmou que houve naquele momento a escolha de "um ministro da Fazenda que expressava uma ruptura com o que tinha acontecido nos últimos anos", disse ele, se referindo a Joaquim Levy, mas sem mencionar seu nome. Haddad ressaltou que não tem nada contra ajustes, e o próprio PT teve que fazer um em 2013, mas o conduzido por Levy em 2015 foi "em dose de veneno".

Para Haddad, a oposição se valeu dessa decisão de Dilma para aprovar uma "pauta bomba" que acabou fragilizando ainda mais a economia e o governo. "Foi um erro de escolha com uma sabotagem política que o Eduardo Cunha e Aécio Neves produziram", disse ele, falando do então presidente da Câmara e do senador tucano.

"Temos que tentar construir uma agenda de Estado que independa do resultado eleitoral", disse ele. "Temos que ter compromisso primeiro com a democracia", disse ele, destacando que o governo de Michel Temer fez uma série de mudanças sem discutir com a sociedade.

Haddad tem nesta segunda-feira encontro com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

Segundo o ex-prefeito, ele tem tido uma série de reuniões com o setor financeiro e deve ter reunião com a Febraban. "Tenho tido conversas com autoridades para me apropriar de dados da situação do País", afirmou a jornalistas.

Perguntado se uma candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva teria aceitação nos meios financeiros, Haddad respondeu que "não vê motivos para não ser aceita".

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