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Guardian: Guerra ao zika topa com velhos problemas do Brasil

Aedes pode picar tanto ricos quanto pobres, mas regiões mais pobres podem estar mais sujeitas à proliferação do mosquito

Fotos e Fatos (Getty Images)

Talita Abrantes

Publicado em 7 de fevereiro de 2016 às 18h02.

São Paulo – Velhos problemas sociais do Brasil podem estar por trás da explosão de casos de zika e, provavelmente, de microcefalia no Brasil. É o que defende o jornal The Guardian em reportagem publicada na edição deste domingo.

“A pobreza, o abastecimento de água inadequada e o fraco sistema de saúde estão entre os principais fatores para a propagação de doenças transmitidas pelo mosquito [ Aedes aegypti ], como a dengue e a Chikungunya”, afirma o texto.

A publicação pondera, que a proliferação do aedes pode atingir tanto ricos quanto pobres, visto que o mosquito depende de água limpa para se reproduzir.

O problema, segundo especialistas consultados pelo jornal, é que, nas regiões mais pobres, onde a oferta de água é mais precária, a população precisa lançar mão de outros métodos para armazenar o recurso – fato que pode gerar criadouros para o mosquito.Nesses locais, também falta saneamento, o que potencializa a vulnerabilidade.

"Se você tem um rio sujo, não irá encontrar mosquitos lá. Mas se usá-lo para descartar coisas, especialmente recipientes de plástico, pode acumular a água que gera condições favoráveis para o mosquito", afirmou o biólogo Mario Moscatelli para o jornal.

A desigualdade social também se reflete na maneira como mulheres grávidas podem lidar com a doença. “Algumas mulheres grávidas ricas estão deixando seus trabalhos e se refugiando no exterior até que seus bebês nasçam. Outras fazem abortos preventivos ilegais em clínicas privadas”, diz a publicação.Para as grávidas menos abastadas, nenhuma dessas opções é possível.

O jornal também sugere, baseado em entrevista com Claudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, que a explosão de casos de recém-nascidos com microcefalia tem sido mais recorrente em famílias de baixa renda.

O Guardian lembra que outras condições associadas à pobreza, como a subnutrição severa, também estão na lista de fatores de risco para a microcefalia e sustenta que epidemiologistas trabalham com a hipótese de que o atual surto seja uma combinação de diversas condições – entre elas, a zika.

O jornal conclui o texto com uma afirmação do biólogo Mario Moscatelli que defende que "omosquito está tendo a sua vingança depois de décadas de crescimento descontrolado do espaço urbano e do uso da terra descoordenada. A epidemia Zika é uma consequência. "

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São Paulo – Velhos problemas sociais do Brasil podem estar por trás da explosão de casos de zika e, provavelmente, de microcefalia no Brasil. É o que defende o jornal The Guardian em reportagem publicada na edição deste domingo.

“A pobreza, o abastecimento de água inadequada e o fraco sistema de saúde estão entre os principais fatores para a propagação de doenças transmitidas pelo mosquito [ Aedes aegypti ], como a dengue e a Chikungunya”, afirma o texto.

A publicação pondera, que a proliferação do aedes pode atingir tanto ricos quanto pobres, visto que o mosquito depende de água limpa para se reproduzir.

O problema, segundo especialistas consultados pelo jornal, é que, nas regiões mais pobres, onde a oferta de água é mais precária, a população precisa lançar mão de outros métodos para armazenar o recurso – fato que pode gerar criadouros para o mosquito.Nesses locais, também falta saneamento, o que potencializa a vulnerabilidade.

"Se você tem um rio sujo, não irá encontrar mosquitos lá. Mas se usá-lo para descartar coisas, especialmente recipientes de plástico, pode acumular a água que gera condições favoráveis para o mosquito", afirmou o biólogo Mario Moscatelli para o jornal.

A desigualdade social também se reflete na maneira como mulheres grávidas podem lidar com a doença. “Algumas mulheres grávidas ricas estão deixando seus trabalhos e se refugiando no exterior até que seus bebês nasçam. Outras fazem abortos preventivos ilegais em clínicas privadas”, diz a publicação.Para as grávidas menos abastadas, nenhuma dessas opções é possível.

O jornal também sugere, baseado em entrevista com Claudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, que a explosão de casos de recém-nascidos com microcefalia tem sido mais recorrente em famílias de baixa renda.

O Guardian lembra que outras condições associadas à pobreza, como a subnutrição severa, também estão na lista de fatores de risco para a microcefalia e sustenta que epidemiologistas trabalham com a hipótese de que o atual surto seja uma combinação de diversas condições – entre elas, a zika.

O jornal conclui o texto com uma afirmação do biólogo Mario Moscatelli que defende que "omosquito está tendo a sua vingança depois de décadas de crescimento descontrolado do espaço urbano e do uso da terra descoordenada. A epidemia Zika é uma consequência. "

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