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SP acusa Ministério da Saúde de enviar lote 50% menor de vacinas da Pfizer

O Ministério da Saúde diz que distribuição foi igualitária, levando em conta a população do estado

São Paulo: a administração estadual afirma que está tomando atitudes cabíveis e espera que a pasta envie as doses restantes (Leandro Fonseca/Exame)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 4 de agosto de 2021 às 13h19.

Última atualização em 4 de agosto de 2021 às 18h39.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acusou, nesta quarta-feira, 4, o Ministério da Saúde de entregar somente metade das doses da vacina da Pfizer a que o estado tem direito. De acordo com Doria, havia a previsão de receber 456 mil doses do megalote de vacinas do laboratório que estão chegando diariamente ao país, mas o estado só recebeu 228 mil.

"A quantidade foi reduzida pela metade e quebra o pacto federativo. Com menos vacinas da Pfizer, o Ministério da Saúde compromete o calendário de imunização de crianças e adolescentes previsto para começar no dia 18 de agosto", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

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Atualmente, somente a Pfizer tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em crianças e adolescentes. O governador, porém, disse que o calendário de adultos não deve sofrer alterações. A previsão é imunizar, com pelo menos a primeira dose, todos os adultos com mais de 18 anos até o dia 16 de agosto.

A Secretaria de Saúde estadual enviou um ofício ao ministério questionando o caso. "Desde o inicio da campanha de vacinação contra a covid-19 São Paulo sempre recebeu mais de 20% do quantitativo de vacinas destinado ao país", disse Eduardo Ribeiro, secretário executivo da Secretaria de Estado da Saúde. A administração estadual afirma que está tomando atitudes cabíveis e espera que a pasta envie as doses restantes.

De acordo com João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, esse atraso também pode afetar o cronograma de abertura da economia. A previsão é liberar a capacidade de 100% dos estabelecimentos em todo o estado a partir do dia 17 de agosto. A conta para permitir a liberação se baseia em percentuais da população vacinada.

Em uma coletiva de imprensa realizada no começo da noite desta quarta-feira, o Ministério da Saúde rebateu as críticas do governador de São Paulo.

De acordo com secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Moreira da Cruz, nenhum estado tem uma cota fixa de vacinas. Cada distribuição é feita levando em conta o grupo que é vacinado naquele período e que este valor é acordado em reunião conjunta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

"Não há prejuízo ao estado de São Paulo. Queremos ter uma imunização equânime. Alguns estados receberam imunizantes por decisão judicial ou por questão de fronteira. Todos os estados se veem representados no debate da distribuição e a pauta não é fechada. Isso é levado para a discussão com os secretários municipais e estaduais da Saúde. Não há que se falar em percentual fixo e cada unidade da federação recebe valores diferentes porque tem uma diferença de população", disse o secretário executivo em entrevista coletiva no começo da noite desta quarta-feira, 4.

Na semana passada, São Paulo já tinha feito uma acusação dizendo que o governo federal tinha recebido vacinas de diversos laboratórios e que os lotes ficaram parados no centro de logística do Ministério da Saúde, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Na ocasião, o Ministério da Saúde disse que iniciou a entrega dessas 10 milhões de doses que estavam no depósito e que esse envio seria constante. "Sendo 780.840 para o estado do Rio de Janeiro. Na semana passada, entre terça, 20, e quinta-feira, 22, foram enviadas 696,7 mil para o estado do Rio de Janeiro. Cabe ressaltar que os estados são responsáveis pela distribuição das doses aos municípios", diz a nota enviada à EXAME.

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