Brasil

Gleisi diz que fará representação contra Dodge no Conselho Nacional do MP

Representação seria pela denúncia apresentada contra ela, seu marido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Antônio Palocci

Gleisi Hoffmann: presidente petista também acusa Dodge de ter "inventado" a denúncia de crime de lavagem de dinheiro (Paulo Whitaker/Reuters)

Gleisi Hoffmann: presidente petista também acusa Dodge de ter "inventado" a denúncia de crime de lavagem de dinheiro (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de maio de 2018 às 20h39.

Última atualização em 2 de maio de 2018 às 20h40.

Brasília - A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), anunciou nesta quarta-feira, 2, que irá entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pela denúncia apresentada contra ela, seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Antônio Palocci.

A denúncia foi encaminhada na última segunda-feira, 30, ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PGR, o PT teria à disposição US$ 40 milhões (o equivalente a R$ 64 milhões na época dos fatos), em uma conta mantida pela Odebrecht, para cobrir uma série de despesas indicadas pelos petistas, como a campanha de Gleisi ao governo do Paraná em 2014, em troca de decisões políticas que favorecessem a empresa. A senadora também foi denunciada por lavagem de dinheiro. Ela nega os crimes.

Gleisi disse que a denúncia contra ela é "absolutamente falsa" e pediu que Raquel seja responsabilizada pelo que avalia ser "leviandade, irresponsabilidade e má-fé". Ela considerou que a acusação foi elaborada com "fragilidade e incompetência".

"A nosso ver, são acusações inventadas como meio de implicar Lula, com quem Marcelo Odebrecht não tinha qualquer conversa. Isso no rastro de um amplo movimento político e social para liberar o ex-Presidente. Eles não deixam o Lula em paz", declarou a petista.

Segundo ela, a procuradora-geral distorceu seus depoimentos de "forma vil". No discurso, Gleisi admitiu que ela e o marido, então ministros, receberam o ex-executivo da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em reuniões oficiais, mas negou qualquer ato ilícito.

"Inclusive, a PGR distorce, de maneira vil, declarações que dei ao ser ouvida no inquérito. Respondendo à pergunta que me foi feita, eu disse que conhecia Marcelo Odebrecht. Na denúncia apresentada, minha declaração é mencionada como se eu tivesse dito que conhecia apenas Marcelo Odebrecht da empresa Odebrecht. Uma interpretação maliciosa, mentirosa, para tentar me desqualificar", continuou.

Segundo a petista, no caso de seus encontros com Marcelo Odebrecht, a procuradora geral fez uma interpretação "maliciosa, mentirosa" para tentar desqualificá-la.

"Essa falsificação das minhas declarações é grosseira e até infantil. Por que que eu iria negar que recebi empresários em agendas públicas e nas quais tratamos de interesses do Brasil, que além de tudo eram divulgadas no site da Casa Civil, com fotos muitas delas? Mas isso é só uma amostra do que há nessa denúncia agora apresentada. Há trechos muito piores, que demonstram a fragilidade e a incompetência com que foi elaborada a denúncia", discursou Gleisi.

A presidente petista também acusa Dodge de ter "inventado" a denúncia de crime de lavagem de dinheiro para evitar que seu processo fosse enviado para a Justiça Eleitoral por suspeita de caixa 2, que também nega ter praticado, como aconteceu com o pré-candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin.

"Essa denúncia é um desvario completo. A PGR, evidentemente, sabe disso. Não posso crer que me acuse, sem sequer examinar as contas. Ignoram deliberadamente, porque, se considerassem a dívida declarada, as contas fechariam, só que as acusações que queriam fazer ficariam sem pé nem cabeça. Então, se os fatos contradizem a nossa versão, que se danem os fatos. O importante é a versão. Forçaram para tirar o caso da Justiça Eleitoral. Estou certa de que, se a avaliação das minhas contas tivesse sido feita pelo procurador que avaliou o caso do Geraldo Alckmin, essa denúncia teria sido remetida ao Tribunal Superior Eleitoral."

Acompanhe tudo sobre:Antonio PalocciGleisi HoffmannLuiz Inácio Lula da SilvaMinistério PúblicoOperação Lava JatoPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaPT – Partido dos TrabalhadoresRaquel Dodge

Mais de Brasil

Funcionário da Enel morre atingido por árvore durante trabalho em SP

Região mais afetada pelo apagão, Zona Sul lidera fila de 42,8 mil pedidos de poda de árvore em SP

Nunes e Boulos trocam farpas por apagão em SP, mas nenhum tem propostas sobre enterramento de fios

72 horas após temporal, SP ainda tem 338 mil imóveis sem energia elétrica