Fuga em Mossoró: Justiça encerra atuação da Força Nacional, que custou R$ 1,3 milhão só em diárias
Pasta pretende agora usar inteligência para tentar capturar fugitivos do sistema penitenciário federal
Agência de notícias
Publicado em 28 de março de 2024 às 13h11.
Última atualização em 28 de março de 2024 às 13h24.
O Ministério da Justiça vai desmobilizar a Força Nacional na operação de busca aos dois fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN).O foco agora será em ações de inteligência para tentar capturar Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, que escaparam da unidade de segurança máxima em 14 de fevereiro e estão a 44 dias em fuga. A informação foi confirmada pela pasta.
O efetivo da Força Nacional chegou à região de Mossoró em 23 de fevereiro, com 111 homens e 20 viaturas. O trabalho deles foi prorrogado em março e será encerrado nesta sexta-feira, dia 29. A ideia é que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) mantenham a caçada com o apoio das polícias Militar e Civil do Rio Grande do Norte.
Custos elevados
O custo do uso da Força Nacional em Mossoró ficou em torno de R$ 1,3 milhão só com o pagamento de diárias aos agentes da Força Nacional. Cada um recebe por dia em torno de R$ 335, além do salário estadual — os membros são egressos de forças de segurança dos estados. Por dia, o custo estimado das diárias para os 111 homens está na casa dos R$ 37 mil.
Nesta nova fase da operação, as autoridades apostam que, ao rastrear a movimentação dos membros do Comando Vermelho local, seja possível chegar aos dois fugitivos. As investigações apontam que eles estão recebendo ajuda de moradores da região após a facção do Rio de Janeiro ter mobilizado uma rede de apoio em prol da dupla.
Quem são os foragidos?
Nascimento e Mendonça eram filiados ao braço da facção criminosa no Acre, mas brigaram com as lideranças locais durante uma rebelião no presídio Antônio Amaro Alves, em julho de 2023. O motim os levou a serem transferidos para o presídio federal de Mossoró. Com a apreensão de celulares utilizados por eles durante a fuga fora do presídio, a PF identificou que eles fizeram ligações para o Rio de Janeiro — provavelmente para pedir ajuda.
A fuga inédita no sistema penitenciário federal foi a primeira crise da gestão do ministro da Justiça,Ricardo Lewandowski, que já foi duas vezes a Mossoró para acompanhar as buscas de perto. Nas duas viagens, o ministro afirmou que os presos continuavam na região do presídio numa zona rural do Rio Grande do Norte, que faz divisa com o Ceará. O local possui extensas plantações de frutas e uma área de reserva com centenas de cavernas que podem estar servindo de esconderijo para os presos.
Os indícios de que a dupla esteja na região, no entanto, não são mais tão assertivos. Já faz alguns dias que os policiais não encontram uma pista nova sobre o paradeiro dos detentos.