Filho de Bolsonaro diz que PSL quer presidente da Câmara "afinado"
"A gente vai articular para colocar um nome identificado com as bandeiras de Jair Bolsonaro", disse Eduardo
Reuters
Publicado em 9 de outubro de 2018 às 21h39.
Última atualização em 15 de outubro de 2018 às 12h07.
Brasília - O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável Jair Bolsonaro , afirmou nesta terça-feira que seu partido tentará eleger um presidente da Câmara afinado com as bandeiras defendidas pelo pai, caso este seja eleito, e no Senado não descarta apoiarem um emedebista para presidente, mas rejeitou o nome de Renan Calheiros (MDB-AL).
"A gente vai articular para colocar um nome identificado com as bandeiras de Jair Bolsonaro", disse Eduardo a jornalista, referindo-se ao futuro presidente da Câmara dos Deputados. "Não necessariamente do PSL, pode ser de outro partido."
Contudo, deixou claro que ainda é preciso aguardar o resultado do segundo turno da eleição presidencial, que ocorre dia 28 de outubro. O candidato do PSL disputa contra Fernando Haddad, do PT, após vencer o primeiro turno com 46 por cento dos votos válidos.
Eduardo explicou que não há nenhum nome em mente para o cargo. Perguntado sobre a possibilidade de ele mesmo ser o escolhido, o deputado explicou que há uma dúvida de interpretação da Constituição juntamente com o regimento interno da Câmara.
Isso porque, o regimento afirma que basta ser deputado e brasileiro nato para se candidatar ao comando da Câmara, por outro lado, o presidente da Casa está na linha sucessória da Presidência da República, e a Constituição estabelece que é preciso ter ao menos 35 anos para ser presidente da República. Eduardo Bolsonaro tem 34 anos.
"Eu já ouvi gente falando que não poderia, por estar na linha sucessória... e já vi outras pessoas falando, advogados falando, que poderia sim porque a atribuição principal seria ocupar a Câmara aqui", ponderou.
Na segunda-feira, o presidente licenciado do PSL e deputado eleito, Luciano Bivar, disse à Reuters que o partido deve reivindicar a presidência da Câmara.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de um presidente do Senado vindo do MDB, Eduardo afirmou que só será possível uma avaliação em cima de nomes, já que o partido contempla parlamentares de diferentes correntes políticas. Como tem a maior bancada no Senado, o MDB teria direito ao cargo com base na tradição da Casa.
O deputado, no entanto, foi taxativo ao rejeitar o nome de Renan Calheiros, senador reeleito por Alagoas.
"Não, Renan Calheiros está fora", disse. "Ele é contra a redução da maioridade penal, ele é contra rever o desarmamento, as pautas que ele defende são totalmente diferente da gente, sem contar que ele estava de mãos dadas com o Haddad lá na terra dele."