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Eu era o nome do PMDB, diz lobista que acusa Eduardo Cunha

Segundo o lobista do PMDB, o PT não aceitou sua indicação. Meses depois, afirmou, o engenheiro Jorge Luiz Zelada ocupou o cargo

Eduardo Cunha: de acordo com o lobista, a indicação de Zelada ao cargo não partiu dele e citou os ex-diretores da Petrobras Renato Duque (Serviços) (Montagem/Exame.com)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2015 às 16h58.

São Paulo - Em depoimento à Polícia Federal, o lobista João Augusto Henriques, ligado ao PMDB , afirmou que o ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG) - morto em 2009 - o convidou para ser o diretor Internacional da Petrobrás.

João Henriques foi preso na segunda-feira, 21, na 19ª fase, Operação 'Ninguém Durma', da missão Lava Jato .

Segundo o lobista do PMDB, o PT não aceitou sua indicação. Meses depois, afirmou, o engenheiro Jorge Luiz Zelada ocupou o cargo.

Zelada ocupou a cadeira máxima da Diretoria Internacional da estatal entre 2008 e 2012, sucedendo Nestor Cerveró - ambos, Cerveró e Zelada, estão presos em Curitiba, base da Lava Jato.

"Fernando Diniz tentou me colocar, eu era o nome do PMDB", afirmou João Henriques. "Mas o PT não aceitou, eu não tinha os valores que eles queriam. Eu fui efetivamente convidado pelo Fernando Diniz. Eles iam passar para a Casa Civil. Foi negado, dizendo que o conselho não aceitava. Aí eles usaram o TCU (Tribunal de Contas da União) como uma alegação para negar. O PT não queria. Vou usar da minha arrogância agora, eu não queria fazer o projeto megalomaníaco deles. Porque era irreal. Fazer 28 sondas, refinaria, era irreal. Tinha que existir projeto."

João Henriques afirmou à PF que Jorge Zelada não era bem visto pelo PMDB e pelo PT. De acordo com o lobista, a indicação de Zelada ao cargo não partiu dele e citou os ex-diretores da Petrobras Renato Duque (Serviços) - apontado pelos investigadores como elo do PT na estatal petrolífera - e Guilherme Estrella (Exploração & Produção) e os ex-presidentes da companhia José Sergio Gabrielli e Graça Foster.

"Que força eu tenho para indicar o Zelada?"; que Jorge Zelada era um "cara" que trabalhava para o Duque; que para o PT era interessante ter outro diretor que, em tese, trabalhasse para eles. Disse: "todo mundo achou que eu tinha influência"; que não negou esta suposta influência", disse.

"Se eu tivesse essa força não indicava Gabrielli, Graça, Estrela. Nem na minha empresa eles trabalhariam";

Zelada é o quarto ex-diretor da Petrobrás preso desde o início da Lava Jato. Também foram presos e denunciados, os ex-dirigentes da estatal Renato Duque, Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Nestor Cerveró e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco.

Todos são acusados de terem recebido propinas sobre contratos com as maiores empreiteiras do País que se cartelizaram na companhia entre 2004 e 2014.

Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco fizeram delação premiada e admitiram envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobrás. Duque, Zelada e Cerveró negam.

João Henriques afirmou à Polícia Federal que abriu uma conta na Suíça para pagar propina ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O lobista João Henriques não especificou valores e nem a data. Segundo ele, a suposta transferência para Cunha está ligada a um contrato da Petrobrás relativo à compra de um campo de exploração em Benin, na África.

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São Paulo - Em depoimento à Polícia Federal, o lobista João Augusto Henriques, ligado ao PMDB , afirmou que o ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG) - morto em 2009 - o convidou para ser o diretor Internacional da Petrobrás.

João Henriques foi preso na segunda-feira, 21, na 19ª fase, Operação 'Ninguém Durma', da missão Lava Jato .

Segundo o lobista do PMDB, o PT não aceitou sua indicação. Meses depois, afirmou, o engenheiro Jorge Luiz Zelada ocupou o cargo.

Zelada ocupou a cadeira máxima da Diretoria Internacional da estatal entre 2008 e 2012, sucedendo Nestor Cerveró - ambos, Cerveró e Zelada, estão presos em Curitiba, base da Lava Jato.

"Fernando Diniz tentou me colocar, eu era o nome do PMDB", afirmou João Henriques. "Mas o PT não aceitou, eu não tinha os valores que eles queriam. Eu fui efetivamente convidado pelo Fernando Diniz. Eles iam passar para a Casa Civil. Foi negado, dizendo que o conselho não aceitava. Aí eles usaram o TCU (Tribunal de Contas da União) como uma alegação para negar. O PT não queria. Vou usar da minha arrogância agora, eu não queria fazer o projeto megalomaníaco deles. Porque era irreal. Fazer 28 sondas, refinaria, era irreal. Tinha que existir projeto."

João Henriques afirmou à PF que Jorge Zelada não era bem visto pelo PMDB e pelo PT. De acordo com o lobista, a indicação de Zelada ao cargo não partiu dele e citou os ex-diretores da Petrobras Renato Duque (Serviços) - apontado pelos investigadores como elo do PT na estatal petrolífera - e Guilherme Estrella (Exploração & Produção) e os ex-presidentes da companhia José Sergio Gabrielli e Graça Foster.

"Que força eu tenho para indicar o Zelada?"; que Jorge Zelada era um "cara" que trabalhava para o Duque; que para o PT era interessante ter outro diretor que, em tese, trabalhasse para eles. Disse: "todo mundo achou que eu tinha influência"; que não negou esta suposta influência", disse.

"Se eu tivesse essa força não indicava Gabrielli, Graça, Estrela. Nem na minha empresa eles trabalhariam";

Zelada é o quarto ex-diretor da Petrobrás preso desde o início da Lava Jato. Também foram presos e denunciados, os ex-dirigentes da estatal Renato Duque, Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Nestor Cerveró e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco.

Todos são acusados de terem recebido propinas sobre contratos com as maiores empreiteiras do País que se cartelizaram na companhia entre 2004 e 2014.

Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco fizeram delação premiada e admitiram envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobrás. Duque, Zelada e Cerveró negam.

João Henriques afirmou à Polícia Federal que abriu uma conta na Suíça para pagar propina ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O lobista João Henriques não especificou valores e nem a data. Segundo ele, a suposta transferência para Cunha está ligada a um contrato da Petrobrás relativo à compra de um campo de exploração em Benin, na África.

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