Estados cobram R$ 7,2 bi de compensação do ICMS
No entanto, projeto de lei do orçamento de 2011 enviado pelo Executivo ao Congresso não estabelece repasse da União aos Estados
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Brasília - A queda-de-braço entre Estados e governo federal para dividir a conta da desoneração das exportações recomeçou. Os governos estaduais estão solicitando um repasse de R$ 7,2 bilhões da União em 2011 como compensação por não cobrarem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) dos produtos primários exportados, conforme prevê a Lei Kandir.
O clima ficou tenso porque o projeto de lei do orçamento de 2011 enviado pelo Executivo ao Congresso, não estabelece repasse da União aos Estados para este fim. No ano passado, a ausência de previsão de recursos para a Lei Kandir provocou uma rebelião de São Paulo e Minas Gerais, que ameaçaram não devolver os créditos dos exportadores.
Até o fim do mês, uma comissão de representantes dos Estados vai se reunir com os técnicos do Ministério da Fazenda e do Planejamento. O problema já foi comunicado ao secretário executivo da Fazenda, Nelson Machado. Também foi entregue uma nota técnica elaborada na última reunião do Confaz, em Belo Horizonte, no fim de setembro.
A nota defende que "o repasse de, no mínimo, R$ 7,2 bilhões é fundamental para o equilíbrio fiscal" dos Estados. Segundo Martins, esse valor apenas recupera os patamares de 2005, corrigidos pela inflação. Nos últimos anos os repasses federais anuais foram de R$ 3,9 bilhões.
Criada em 1996, a Lei Kandir desonerou a exportação de produtos primários e permitiu que os exportadores obtivessem crédito pelos impostos pagos na compra de insumos ao produzir bens manufaturados. Os Estados só concordaram com essa lei porque a União se comprometeu a compensá-los pela perda de arrecadação.
Mas os valores só estavam previamente definidos nos primeiros anos. Em 2004, 2005, 2006 e 2010, os projetos de lei orçamentária foram enviados ao Congresso sem previsão de recursos para a Lei Kandir. Os valores só foram selados após longas negociações e ameaças dos Estados de não devolver o dinheiro dos exportadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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