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“Estado tem o sentimento de uma dor que se prolonga”, diz governador do RS após queda de avião

Acidente deixou o empresário Luiz Galeazzi e outras 9 pessoas mortas, além de 17 feridos; Gramado vive processo de retomada do turismo após enchentes de maio

Processo de recuperação: Gramado vive neste fim de semana o período de maior ocupação (Gustavo Mansur/ Palácio Piratini/Divulgação)
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 22 de dezembro de 2024 às 15h54.

Última atualização em 22 de dezembro de 2024 às 16h48.

A queda da aeronave do empresário Luiz Galeazzi , CEO da consultoria Galeazzi & Associados, na cidade de Gramado marcou mais um episódio dolorido no ano de 2024 para o Rio Grande do Sul. O Estado vem em processo de recuperação depois das enchentes em maio que trouxeram devastação para diversos municípios, incluindo os da Serra Gaúcha.

"Foi um ano difícil para os gaúchos, naturalmente. Estamos em pleno processo de recuperação. A sensação é de uma dor que se prolonga, uma ferida que não cicatriza", afirmou Eduardo Leite em coletiva de imprensa realizada em Gramado.

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Um dos principais destinos na Serra Gaúcha, Gramado vive neste fim de semana o período de maior ocupação, com muitos turistas vindos para o "Natal Luz".

Praticamente todos os hotéis da cidade estavam com ocupação acima dos 90%. Muitos desses turistas chegariam ainda neste domingo, o que pode mudar dado que o acidente aconteceu em uma importante via de acesso a Gramado. A Avenida das Hortênsias teve sua ocupação parcialmente liberada no começo da tarde.

"Ficamos entristecidos neste momento. Gramado está em condições de atender os turistas", acrescentou Leite lembrando os impactos das enchentes no primeiro semestre do ano.

Em maio, em meio às dificuldades causadas pelas fortes chuvas, as cidades da Serra Gaúcha, como Gramado, Canela e Nova Petrópolis sofreram com cancelamentos de reservas e sentiram o impacto do fechamento do aeroporto de Porto Alegre, principal acesso aéreo para os turistas de outros Estados.

O prefeito de Gramado, Nestor Tissot, afirmou à EXAME que foi reativado o gabinete de crise, montado para o período das chuvas. "Estamos preparados e a postos para qualquer situação", afirmou.

O acidente também acontece poucos dias depois de o aeroporto de Canela ter sido reaberto. Foi de lá que decolou  a aeronave de Galeazzi. Em setembro a Infraero assumiu o controle, com investimentos de R$ 20 milhões

Com as reformas, o aeroporto ficou apto para receber aeronaves de até 9 passageiros e da categoria 2C (ATR-72 – até 72 passageiros), sendo visto como uma potencial alavanca para o turismo local.

Como foi o acidente

Por volta das 9h30 deste domingo, 22, o avião colidiu na chaminé de um prédio, depois no segundo andar de uma residência e, então, caiu sobre uma loja de móveis. Destroços ainda alcançaram uma pousada.

A aeronave pertencia e era pilotada pelo empresário Luiz Galeazzi, CEO da consultoria Galeazzi & Associados. Ele é filho de Claudio Galeazzi, gestor de reestruturações de grandes empresas brasileiras e morto em 2023. A mãe de Luiz também faleceu numa queda de aeronave em 2010.

A lista de passageiros ainda não foi oficialmente formalizada, mas sabe-se que foram, ao todo, 10 vítimas. A esposa, a cunhada, o cunhado, a sogra e as três filhas de Galeazzi estão na lista, além de mais duas crianças.

Ao todo, 17 pessoas foram feridas e cinco já foram liberadas do hospital. Duas estão em estado grave e foram transferidas para Porto Alegre por causa de queimaduras. As duas vítimas são mulheres, com cerca de 50 anos: uma funcionária e uma hóspede da pousada.

Quem foi Luiz Galeazzi

Luiz Galeazzi era formado em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e atuava na mesma empresa fundada por seu pai, Cláudio Galeazzi, referência em reestruturação de empresas no Brasil.

Cláudio, que morreu em 2023 vítima de câncer, foi conhecido por liderar transformações em grandes companhias como Pão de Açúcar, BRF e Grupo Estado.

A notícia é uma coincidência trágica na família Galeazzi. A mãe de Luiz também faleceu em um acidente aéreo quase quinze anos atrás.

Em 2010, Maria Leonor Salgueiro Galeazzi partiu de Sorocaba numa aeronave que pertencia ao filho Luiz. A queda aconteceu em Iperó, ainda no interior paulista, mas as vítimas estavam a caminho de Goiás. Na ocasião, o piloto da aeronave também faleceu.

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