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Em carta de despedida, Santos Cruz deixa família Bolsonaro por último

Ministro demitido agradece deputados, senadores, servidores, imprensa, Judiciário, MP e TCU; para a família Bolsonaro, deseja "saúde, felicidade e sucesso"

Santos Cruz; Bolsonaro (Alan Santos/PR/Flickr)

João Pedro Caleiro

Publicado em 13 de junho de 2019 às 19h43.

Última atualização em 13 de junho de 2019 às 20h13.

São Paulo - Horas após ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro do cargo de ministro da Secretaria do Governo, o General Santos Cruz divulgou uma carta à imprensa.

O presidente e seus familiares só aparecem no final do texto e não recebem menção específica além de votos de "saúde, felicidade e sucesso".

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Santos Cruz foi alvo recentemente de críticas do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, sobre os rumos da comunicação no Planalto. Também se envolveu em polêmicas com o escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru do bolsonarismo.

Gustavo Bebianno, primeiro ministro demitido do governo, disse ao jornal Globo sobre a demissão que "quando o presidente Carlos Bolsonaro toma uma decisão, não há volta."

Em outro tom, a carta de Santos Cruz traz agradecimentos enfáticos aos servidores da Segov "pela dedicação, capacidade e amizade".

Além de comunicação e articulação política, a Secretaria de Governo também tem na sua alçada o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), de projetos com capital privado na área de infraestrutura.

Também há elogios para as autoridades do Judiciário, MP e TCU ("pela cortesia no relacionamento") e para a imprensa ("pelo profissionalismo que sempre me trataram").

O ministro, que era um dos responsáveis pela articulação política do Planalto, também agradece deputados e senadores "pelo relacionamento profissional respeitoso" e cita nominalmente Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados.

Ao saber da demissão, Alcolumbre manifestou preocupação com uma piora na relação entre o governo e o Congresso, de acordo com interlocutores que estavam reunidos no momento.

O líder do bloco que reúne PL, DEM e PSC no Senado, Wellington Fagundes (PL-MT) avaliou a saída de Santos Cruz como mais um complicador na articulação política do Planalto. "É uma pessoa de estabilidade", afirmou, em referência ao ministro.

A nota de Bolsonaro sobre a demissão "deixa claro que essa ação não afeta a amizade, a admiração e o respeito mútuo, e agradece o trabalho executado pelo general Santos Cruz à frente da Secretaria de Governo."

Veja a carta na íntegra:

"CARTA À IMPRENSA

Na oportunidade em que deixo a função de ministro da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República, por decisão do Excelentíssimo Presidente Jair Messias Bolsonaro, expresso minha admiração e agradecimento:

- A todos os servidores da Segov, pela dedicação, capacidade e amizade com que trabalharam, desejando que continuem com a mesma exemplar eficiência;

- Aos Excelentíssimos Deputados e Senadores, digníssimos representantes do povo brasileiro, pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros, com especial destaque para o Excelentíssimo Senador Davi Alcolumbre (presidente do Senado Federal) e Excelentíssimo Deputado Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados);

- Aos Governadores e Prefeitos que deram a honra de trazer à Segov suas contribuições;

- À imprensa, de modo geral, pelo profissionalismo que sempre me trataram em todas as oportunidades;

- Às autoridades do Poder Judiciário, Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, pela cortesia no relacionamento e nas oportunidades em que tive a honra de travar contato, desejo que sejam sempre iluminados em suas decisões.

- Às diversas instituições e organizações civis, empresas, servidores públicos, embaixadores e todos os cidadãos que travaram contato com o governo por meio da Segov;

- Ao Presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso.

CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ"

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