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Economist: sem continuidade, operações no Rio serão "mero triunfalismo"

Revista britânica publica reportagem descrevendo ação dos policiais na zona Norte do Rio de Janeiro

Policiais no Complexo do Alemão: forças ocuparam a região e deram início ao que pode ser uma virada para a cidade (AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 16h55.

São Paulo - A revista britânica The Economist publicou nesta quinta-feira (2/12) uma reportagem falando da ocupação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, pela polícia. De acordo com a revista, a vitória sobre o tráfico de drogas e a libertação da comunidade local terão sido mera conversa triunfalista se o governo do Rio não for capaz de manter o status quo, retomando o território onde vivem mais de 400 mil pessoas.

No texto, a Economist traz uma breve descrição dos acontecimentos no Rio de Janeiro, desde quando bandidos do Comando Vermelho começaram a queimar veículos nas ruas da cidade no fim de novembro. Em resposta à provocação dos traficantes, policiais militares e homens do Batalhão de Operações Especiais e do Exército iniciaram uma megaoperação no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, na zona Norte do Rio.

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Ao fim da operação, que contabilizou 37 mortes e a prisão de importantes líderes dos principais grupos criminosos, governo e imprensa passaram a discutir os próximos passos para que a ordem seja mantida na cidade.

Segundo a Economist, o governador do Rio, Sérgio Cabral, deve manter o alerta para uma provável contra-ofensiva dos traficantes. "O negócio deles é lucrativo demais para que desistam sem uma briga maior: o Rio não é apenas um ponto de envio de drogas para a Europa, mas o mercado interno da cidade para as drogas é grande", diz o texto.

A revista observa que muitos cariocas viram nestes eventos como uma virada para a cidade, que vem sofrendo há décadas com um "desgoverno". Muito deste novo momento é atribuído pela Economist à gestão de Sérgio Cabral, que colocou em prática instrumentos como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que ocuparam 13 favelas expulsando os traficantes. Apesar do sucesso, o texto enfatiza que o tráfico nas comunidades ocupadas ainda continua, só que "mais discreto".

"Em tudo, o Sr. Cabral pode contar com apoio federal. Ele é aliado de Luiz Inácio Lula da Sílva, o presidente em fim de mandato, e trabalhou duro na campanha de Dilma Rousseff, sucessora e protegida de Lula", afirma a revista. A matéria diz que esta pode ser realmente a hora em que o Rio vai sair da letargia que o dominou por décadas graças à presença maciça do tráfico, já que agora os cidadãos começam a confiar que "o Estado está realmente a seu favor".

Leia mais: Pré-sal, Copa e Olimpíadas "blindam" economia do Rio

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