João Doria: número de casos de coronavírus no interior triplicou (Governo de São Paulo/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2020 às 09h25.
Última atualização em 1 de julho de 2020 às 15h00.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), disse em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira, 1, que a vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, que vem sendo testada em parceria com o Instuto Butantan, pode estar disponível a partir de abril ou maio para a população. A disponibilidade aconteceria após "vencidas as etapas da pesquisa" no período de testes e o início da fabricação.
Na vacina da Sinovac, são 9.000 voluntários testados no Brasil em parceria com o Butantan. Doria ressaltou que o Butantan tem capacidade para produzir mais de 80 milhões de doses da vacina, como já produz para a gripe.
Em entrevistas anteriores, o governador já havia dado prazos parecidos, afirmando que a vacina da Sinovac poderia estar disponível na rede pública brasileira até junho de 2021.
Outra vacina testada no Brasil tem parceria com o Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, e é feita em conjunto entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca. "Tudo indica que teremos duas boas vacinas em bom volume e condição de produção", disse Doria. "A salvação para o mundo e para o Brasil será a vacina".
O governador disse ainda que São Paulo está "muito próximo" do chamado platô em número de casos do novo coronavírus. "Nós estamos muito próximos do platô, que é a faixa superior, e muito próximos de chegar a esse momento aqui no estado. Depois, dizem os especialistas, médicos, cientistas, epidemiologistas e infectologistas que esse platô segue em uma linha horizontal e depois, na sequência, é o que nós esperamos, o decréscimo", disse.
Nas últimas semanas, contudo, uma das maiores preocupações se tornou o interior de São Paulo, cujo número de casos triplicou em junho.
Também nesta quarta-feira, 1, começam novas regras para eventuais multas a quem não estiver usando máscara em São Paulo. A nova lei já começou, mas multas só serão aplicadas a partir de 2 de julho. Os valores serão de 500 reais para cidadãos sem máscaras em espaços públicos e 5.000 reais para estabelecimentos, para cada pessoa sem proteção.
Sobre o cenário futuro do estado, Doria disse que o uso de máscaras deve continuar e "passar a ser um hábito cotidiano". O governador afirmou também que as instalações para a pandemia serão permanentes, com exceção dos hospitais de campanha. Doria afirma que São Paulo dobrou o número de UTIs, de 3.500 para mais de 7.200 na rede pública.
"Esse é um legado", disse. "O sistema SUS [Sistema Único de Saúde] sai fortalecido diante de uma gravíssima crise de saúde como essa".
Sobre o retorno às aulas presenciais em São Paulo, inicialmente marcado para 8 de setembro e que vem sendo criticado por parte do setor de educação e gestores de escolas, Doria afirmou que vai ocorrer "uma semana antes haverá verificação dos dados" da preparação das escolas junto ao Centro de Contingência. "Se os dados continuarem avançando positivamente, como estão, as aulas serão retomadas em 8 de setembro".
Questionado sobre um comentário que viralizou nas redes sociais, de que as escolas "não controlam nem piolho" e, portanto, não conseguiriam controlar a disseminação do novo coronavírus, Doria respondeu que não concorda e que as escolas de São Paulo têm bons gestores e professores.
A discussão sobre a volta às aulas acontece em um momento em que o número de casos da covid-19 em São Paulo dobrou no mês de junho, com metade das mortes registradas até agora tendo acontecido neste período.
Segundo o boletim de 30 de junho, São Paulo tem 281.380 casos confirmados, totalizando 14.763 mortes. No dia 31 de maio, há um mês, eram quase 110.000 casos e 7.615 mortes no estado. Na capital, são hoje mais de 127.000 casos e 7.162 mortes.
O número de casos no interior triplicou na comparação com o fim de maio. Os casos passaram de cerca de 49.000 em 31 de maio para mais de 154.000 no boletim de 30 de junho. Em número de mortes, o interior havia levado mais de dois meses para registrar cerca de 500 mortes por covid-19. Em junho, em apenas um mês, foram mais de 6.000 óbitos registrados.