Dilma terá que mostrar liderança para sobreviver, diz NYT
New York Times diz ainda que a presidente precisa arrumar a economia do Brasil e barrar o avanço da corrupção, que virou prática comum em Brasília
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2016 às 11h48.
Nova York - Para sobreviver politicamente, a presidente Dilma Rousseff vai precisar mostrar liderança mais forte e maior clareza de suas ideias, afirma o jornal " The New York Times " em editorial publicado nesta terça-feira, 19.
A publicação norte-americana diz ainda que a presidente precisa arrumar a economia do Brasil e barrar o avanço da corrupção, que virou prática comum em Brasília, duas coisas que ela não foi capaz de mostrar até agora.
Já em uma reportagem sobre o impeachment, o jornal afirma que o impedimento foi comemorado como uma partida de futebol, mas não vai resolver a turbulência política no País.
"A presidente Dilma Rousseff deve ser expulsa do cargo com base em alegações de que usou o dinheiro de bancos estatais para equilibrar o orçamento", afirma o Times no editorial.
Para o jornal, Dilma tem duas escolhas: lutar até o fim ou convocar novas eleições. Esta opção agradaria as pessoas que defendem que a única forma de acabar com a crise política brasileira é uma nova liderança.
Em uma entrevista coletiva na segunda, 18, a presidente afirmou, entretanto, que vai lutar até o fim, ressalta o jornal.
O Times destaca que a mesma estratégia de Dilma para equilibrar o orçamento, as chamadas pedaladas fiscais, foi usada anteriormente por outros dirigentes no Brasil sem chamar muita atenção.
Na essência, afirma o editorial, o PT está sendo culpado pela crise política e pelo avanço da corrupção que envolveu diversos políticos do partido e de outras siglas em Brasília.
Para a publicação, Dilma e seus defensores vão continuar apontando que os responsáveis pela condução do processo de impeachment no Congresso estão sendo investigados por crimes mais sérios do que a presidente.
"Este ponto é válido", destaca o jornal, com a ressalva de que a gestão de Dilma foi marcada por uma estagnação econômica e uma escalada da corrupção.
Futebol
Em uma reportagem sobre a votação do impeachment também na edição desta terça-feira, o Times ressalta que a votação na Câmara e a reação dos brasileiros nas ruas mais parecia uma partida de futebol.
Apesar da comemoração, o impedimento não vai acabar com a turbulência política no Brasil, afirma o texto.
"Na segunda-feira, os brasileiros acordaram com a dura realidade de que a turbulência política e econômica que consumiu o País pelos últimos dois anos está longe de terminar", afirma o Times.
O jornal destaca que a economia deve se contrair 3,8% este ano, a inflação está na casa dos 10% e o desemprego está em alta. O Estado do Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas, está quebrado e, fora da economia, o governo tem que lidar com uma epidemia do vírus zika, enumera a publicação.
Se o processo de impeachment passar no Senado, como é esperado, a televisão brasileira terá que dividir a tela em duas, para a transmissão das Olimpíadas do Rio e do julgamento da presidente, diz o jornal.
Além disso, o substituto de Dilma, Michel Temer, "não é exatamente um cavaleiro de armadura brilhante", afirma a reportagem do Times, que destaca ainda que os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e o do Senado, Renan Calheiros, também estão envolvidos em escândalos de corrupção.
Nova York - Para sobreviver politicamente, a presidente Dilma Rousseff vai precisar mostrar liderança mais forte e maior clareza de suas ideias, afirma o jornal " The New York Times " em editorial publicado nesta terça-feira, 19.
A publicação norte-americana diz ainda que a presidente precisa arrumar a economia do Brasil e barrar o avanço da corrupção, que virou prática comum em Brasília, duas coisas que ela não foi capaz de mostrar até agora.
Já em uma reportagem sobre o impeachment, o jornal afirma que o impedimento foi comemorado como uma partida de futebol, mas não vai resolver a turbulência política no País.
"A presidente Dilma Rousseff deve ser expulsa do cargo com base em alegações de que usou o dinheiro de bancos estatais para equilibrar o orçamento", afirma o Times no editorial.
Para o jornal, Dilma tem duas escolhas: lutar até o fim ou convocar novas eleições. Esta opção agradaria as pessoas que defendem que a única forma de acabar com a crise política brasileira é uma nova liderança.
Em uma entrevista coletiva na segunda, 18, a presidente afirmou, entretanto, que vai lutar até o fim, ressalta o jornal.
O Times destaca que a mesma estratégia de Dilma para equilibrar o orçamento, as chamadas pedaladas fiscais, foi usada anteriormente por outros dirigentes no Brasil sem chamar muita atenção.
Na essência, afirma o editorial, o PT está sendo culpado pela crise política e pelo avanço da corrupção que envolveu diversos políticos do partido e de outras siglas em Brasília.
Para a publicação, Dilma e seus defensores vão continuar apontando que os responsáveis pela condução do processo de impeachment no Congresso estão sendo investigados por crimes mais sérios do que a presidente.
"Este ponto é válido", destaca o jornal, com a ressalva de que a gestão de Dilma foi marcada por uma estagnação econômica e uma escalada da corrupção.
Futebol
Em uma reportagem sobre a votação do impeachment também na edição desta terça-feira, o Times ressalta que a votação na Câmara e a reação dos brasileiros nas ruas mais parecia uma partida de futebol.
Apesar da comemoração, o impedimento não vai acabar com a turbulência política no Brasil, afirma o texto.
"Na segunda-feira, os brasileiros acordaram com a dura realidade de que a turbulência política e econômica que consumiu o País pelos últimos dois anos está longe de terminar", afirma o Times.
O jornal destaca que a economia deve se contrair 3,8% este ano, a inflação está na casa dos 10% e o desemprego está em alta. O Estado do Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas, está quebrado e, fora da economia, o governo tem que lidar com uma epidemia do vírus zika, enumera a publicação.
Se o processo de impeachment passar no Senado, como é esperado, a televisão brasileira terá que dividir a tela em duas, para a transmissão das Olimpíadas do Rio e do julgamento da presidente, diz o jornal.
Além disso, o substituto de Dilma, Michel Temer, "não é exatamente um cavaleiro de armadura brilhante", afirma a reportagem do Times, que destaca ainda que os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e o do Senado, Renan Calheiros, também estão envolvidos em escândalos de corrupção.