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Depois de chuva de dólares, Cunha dificulta acesso à Câmara

Apenas parlamentares ficarão livres da inspeção. Decisão ocorre um dia depois que Cunha foi surpreendido com ato inusitado

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sob chuva de dólares falsos (Lula Marques/Agência PT/Fotos Públicas)

Talita Abrantes

Publicado em 5 de novembro de 2015 às 17h18.

São Paulo – A partir de amanhã (6), os servidores e outros funcionários da Câmara dos Deputados também vão precisar passar pelos pórticos de segurança que controlam a entrada da Casa. Apenas parlamentares ficarão livres da inspeção.

Em nota enviada a EXAME.com, a assessoria de imprensa da Câmara afirma que, com a nova medida, ninguém será revistado.

Em comunicado enviado aos servidores,  a diretoria-geral da Câmara afirma que a medida foi tomada por razões de segurança,  segundo informações do jornal O Globo.

A decisão é anunciada um dia depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha , foi alvo de um “banho” de notas falsas de dólar. O protesto ocorreu enquanto o peemedebista concedia uma entrevista coletiva no Salão Verde da Casa.

* Atualizado às 18h. A versão anterior afirmava que visitantes e servidores seriam revistados

São Paulo - Denunciado nesta quinta por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras , o presidente da Câmara, Eduardo Cunha , teria recebido propina como pagamento para facilitar dois contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da estatal.  De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República,Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teria intermediado o pagamento de 40 milhões de dólares em propina distribuídos entre ele, Cunha e Cerveró.Cerca de 40,3 milhões de dólares foram transferidos pelo estaleiro para uma conta da offshore do lobista Julio Camargo no Uruguai – que, por sua vez, repassava os valores para contas no exterior indicadas por Baiano. Depois que as sondas foram entregues, o estaleiro, contudo,  suspendeu o pagamento das últimas parcelas da propina de cada acordo. O primeiro no valor de 6,25 milhões de dólares. O segundo, de 6,395 milhões de dólares. Em resposta, Cunha teria começado a chantagear o representante da Samsung com requerimentos da Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (CFFC). Os pedidos foram assinados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ) - também denunciada nesta quinta.  Após a pressão, Camargo repassou 5 milhões de dólares em propina para o presidente da Câmara - até a conta de igreja evangélica teria recebido uma parte do dinheiro. Cerca de 250 mil reais (ou o equivalente a 1/40 do montante devido) teriam sido depositados por Julio Camargo nas contas da igreja evangélica Assembleia de Deus, ministério Madureira. É o que afirma Rodrigo Janot, procurador-geral da República, na denúncia apresentada contra o peemedebista nesta quinta-feira.  Cunha é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além da condenação criminal, a Procuradoria pede a 80 milhões de dólares como restituição pelos crimes cometidos e reparação dos danos causados à Petrobras.
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