Brasil

DEM, PPS e PSDB vão isolar Maranhão, diz Pauderney

O movimento vai na contramão do que está sendo articulado pelo ministro em exercício, que tenta negociar com os líderes uma trégua na pressão pela sua renúncia


	Waldir Maranhão: há o consenso de que Maranhão não pretende renunciar à presidência, como defendem diversos deputados
 (Adriano Machado / Reuters)

Waldir Maranhão: há o consenso de que Maranhão não pretende renunciar à presidência, como defendem diversos deputados (Adriano Machado / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 20h33.

Brasília - O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), disse nesta quinta-feira, 12, que o partido, juntamente com outras siglas como PPS e PSDB, pretende "isolar" o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PR-MA), no plenário da Casa nas próximas duas semanas.

O movimento vai na contramão do que está sendo articulado pelo ministro em exercício da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que tenta negociar com os líderes uma trégua na pressão pela renúncia de Maranhão por 15 dias.

Entre os dois, há o consenso de que Maranhão não pretende renunciar à presidência, como defendem diversos deputados.

Caso queira permanecer no cargo, Pauderney afirma que "não há solução simples, nem rápida", mas avalia que a saída de Maranhão é necessária. O líder do DEM admitiu que está sendo procurado por parlamentares do 'centrão', composto pelo PR, PSD e PTB, para que mude de ideia, mas está irredutível sobre a sua posição.

"Nunca levei ninguém ao Conselho de Ética, mas nesse caso eu fiz questão de ir pessoalmente", declarou o democrata.

Segundo ele, o presidente interino "manchou a imagem" da Câmara ao anular o processo de impeachment de Dilma Rousseff, na última segunda, 9 - Maranhão voltou atrás da decisão no mesmo dia.

A mesa diretora da Câmara não despachou para o Conselho de Ética, como era esperado, a representação protocolada nesta semana contra Maranhão.

Pauderney contou já ter preparada, no entanto, uma questão de ordem que será apresentada em plenário na próxima terça-feira, 17, e a consulta à Comissão de Constituição e Justiça para declarar a presidência da Câmara vaga.

Os partidos haviam dado um prazo até hoje para que Maranhão renunciasse ao cargo, mas o interino ignorou o ultimato.

A proposta de Geddel seria de que os partidos aguardassem os primeiros 15 dias do governo Michel Temer para então discutir a situação de Maranhão.

O objetivo seria não prejudicar as votações durante o início do mandato da gestão provisória. Já Pauderney sugere que nas próximas duas semanas o colégio de líderes da Casa comande as votações no plenário, isolando o presidente interino de qualquer decisão.

Ele ainda não presidiu nenhuma sessão. Um grupo de parlamentares, entre eles o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) e o líder do PPS, Rubens Bueno (PR) se reuniu nesta quinta-feira na liderança do DEM para buscar "soluções" regimentais para o impasse.

Uma das principais estratégias seria defender que seja declarada a vacância do cargo de presidente da Casa, ocupado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve o mandato de deputado federal suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana.

Assim, novas eleições para a função teriam que ser convocadas. Os deputados ainda estudam a viabilidade da ideia. Para Pauderney, "se a vaga ficar vaga, o caso de Maranhão na vice-presidência ficaria secundário".

Maranhão não foi à Câmara ao longo de todo o dia e cancelou o único evento da sua agenda oficial, que seria participar da posse do ministro Gilmar Mendes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Pedágios de rodovias de SP ficam mais caros a partir desta segunda; veja os novos valores

Servidores federais ambientais estão em greve em 24 estados e no DF

Passageiro é resgatado do teto após turbulência em voo para Montevidéu

Corregedor de Justiça arquiva processos contra ex-juízes da Lava-Jato

Mais na Exame