Defesa diz que Azeredo não sabia do mensalão mineiro
Advogado afirmou que seu cliente não sabia das irregularidades cometidas pelo esquema
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 19h02.
Brasília - Responsável pela defesa do deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o advogado José Gerardo Grossi afirmou nesta quarta-feira, 12, que seu cliente não sabia das irregularidades cometidas pelo esquema do mensalão mineiro.
Eduardo Azeredo deverá ser julgado neste semestre pelo plenário do Supremo Tribunal Federal ( STF ). No processo, o Ministério Público Federal acusa o deputado de envolvimento com peculato e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu que o STF fixe como punição uma pena de 22 anos de cadeia e uma multa de mais de R$ 400 mil.
"Eduardo (Azeredo) não tem nada a ver com isso (com as irregularidades). Não mandou dinheiro para ninguém. Não sabia de nada de dinheiro de campanha. Nada, nada. Ele deu uma procuração para o Cláudio Mourão fazer tudo", disse Grossi, numa referência ao então tesoureiro da campanha de Azeredo à reeleição ao governo de Minas Gerais.
A estratégia da defesa do deputado é semelhante à utilizada no caso do mensalão federal para isentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de eventuais responsabilidades. Apesar de personagens centrais do governo do petista, como o ex-ministro José Dirceu, terem sido condenados pelo STF por envolvimento com o esquema, o ex-presidente sequer foi processado. Na ocasião, foi difundida a ideia de que ele não sabia de nada.
A defesa de Azeredo também sustenta que ele não tinha conhecimento das irregularidades. Em dezembro de 2009, quando o plenário do STF aceitou a denúncia do Ministério Público Federal e determinou a abertura de um processo criminal, o advogado Grossi disse que o comitê de campanha eleitoral do tucano era administrado por Cláudio Mourão, que teria recebido uma procuração pública de Azeredo.
Na ocasião, o advogado acusou Mourão de ter faltado com lealdade para com o deputado. "Essa é a conduta do responsável pela organização financeira do então governador Eduardo Azeredo e, lamentavelmente, essa não é a primeira e nem será a última vez que ocorre com a humanidade", disse.
Mas, para o Ministério Público, há provas da participação de Azeredo nas irregularidades. De acordo com a acusação, foram utilizados no esquema recursos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e do Banco Estado de Minas Gerais (BEMGE). Conforme o MP, o dinheiro, que teoricamente deveria servir para patrocinar eventos esportivos, era liberado em favor da empresa SMP&B, do publicitário Marcos Valério, que cumpre pena por participação no mensalão federal.
"O patrocínio dos eventos esportivos foi apenas uma cortina de fumaça, utilizada para mascarar o destino dos recursos públicos: a campanha de Eduardo Azeredo à reeleição", argumentou Rodrigo Janot nas alegações finais protocoladas recentemente no STF.
"Ao desviar recursos públicos, Eduardo Azeredo pretendeu, ao fim e ao cabo, praticar mais um episódio de subversão do sistema político-eleitoral, ferindo gravemente a paridade de armas no financiamento das despesas entre os candidatos, usando a máquina administrativa em seu favor de forma criminosa e causando um desequilíbrio econômico-financeiro entre os demais concorrentes ao cargo de governador de Minas Gerais em 1998", concluiu.
Brasília - Responsável pela defesa do deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o advogado José Gerardo Grossi afirmou nesta quarta-feira, 12, que seu cliente não sabia das irregularidades cometidas pelo esquema do mensalão mineiro.
Eduardo Azeredo deverá ser julgado neste semestre pelo plenário do Supremo Tribunal Federal ( STF ). No processo, o Ministério Público Federal acusa o deputado de envolvimento com peculato e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu que o STF fixe como punição uma pena de 22 anos de cadeia e uma multa de mais de R$ 400 mil.
"Eduardo (Azeredo) não tem nada a ver com isso (com as irregularidades). Não mandou dinheiro para ninguém. Não sabia de nada de dinheiro de campanha. Nada, nada. Ele deu uma procuração para o Cláudio Mourão fazer tudo", disse Grossi, numa referência ao então tesoureiro da campanha de Azeredo à reeleição ao governo de Minas Gerais.
A estratégia da defesa do deputado é semelhante à utilizada no caso do mensalão federal para isentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de eventuais responsabilidades. Apesar de personagens centrais do governo do petista, como o ex-ministro José Dirceu, terem sido condenados pelo STF por envolvimento com o esquema, o ex-presidente sequer foi processado. Na ocasião, foi difundida a ideia de que ele não sabia de nada.
A defesa de Azeredo também sustenta que ele não tinha conhecimento das irregularidades. Em dezembro de 2009, quando o plenário do STF aceitou a denúncia do Ministério Público Federal e determinou a abertura de um processo criminal, o advogado Grossi disse que o comitê de campanha eleitoral do tucano era administrado por Cláudio Mourão, que teria recebido uma procuração pública de Azeredo.
Na ocasião, o advogado acusou Mourão de ter faltado com lealdade para com o deputado. "Essa é a conduta do responsável pela organização financeira do então governador Eduardo Azeredo e, lamentavelmente, essa não é a primeira e nem será a última vez que ocorre com a humanidade", disse.
Mas, para o Ministério Público, há provas da participação de Azeredo nas irregularidades. De acordo com a acusação, foram utilizados no esquema recursos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e do Banco Estado de Minas Gerais (BEMGE). Conforme o MP, o dinheiro, que teoricamente deveria servir para patrocinar eventos esportivos, era liberado em favor da empresa SMP&B, do publicitário Marcos Valério, que cumpre pena por participação no mensalão federal.
"O patrocínio dos eventos esportivos foi apenas uma cortina de fumaça, utilizada para mascarar o destino dos recursos públicos: a campanha de Eduardo Azeredo à reeleição", argumentou Rodrigo Janot nas alegações finais protocoladas recentemente no STF.
"Ao desviar recursos públicos, Eduardo Azeredo pretendeu, ao fim e ao cabo, praticar mais um episódio de subversão do sistema político-eleitoral, ferindo gravemente a paridade de armas no financiamento das despesas entre os candidatos, usando a máquina administrativa em seu favor de forma criminosa e causando um desequilíbrio econômico-financeiro entre os demais concorrentes ao cargo de governador de Minas Gerais em 1998", concluiu.