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Defensoria Pública de SP recorre ao STF contra flexibilização nas câmeras corporais na PM

A iniciativa mira o edital do governo Tarcísio prevendo a contratação de 12 mil câmeras com acionamento voluntário de policiais, modelo criticado por especialistas

(Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 27 de maio de 2024 às 17h25.

A Defensoria Pública do estado de São Paulo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal ( STF ) nesta segunda-feira contra a tentativa do governo de São Paulo de flexibilizar as câmeras corporais na Polícia Militar.

A iniciativa da Defensoria mira o edital publicado na semana passada para a contratação de 12 mil câmeras. Os novos equipamentos requeridos, no entanto, passarão a ser acionados voluntariamente pelos policiais, e não terão mais gravação automática e ininterrupta — modelo hoje em vigor e defendido por especialistas em segurança pública.

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No ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou pedido da Defensoria para obrigar o uso das câmeras na PM — sob o temor de que o governo paulista extinguisse o projeto. A Justiça entendeu que isso provocaria uma interferência direta no orçamento e nas políticas públicas de segurança do estado, uma vez que o custo anual aos cofres estaduais seria de R$ 330 milhões a R$ 1 bilhão, interferindo diretamente no orçamento e nas políticas públicas de segurança no estado.

A Defensoria então recorreu ao STF. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, negou ordenar a instalação de imediato, mas ressaltou a necessidade da implementação do equipamento.

Em abril, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), pressionado, comprometeu-se com Barroso a usar câmeras nas operações policiais, após passar meses criticando os equipamentos. O governo paulista assumiu a responsabilidade de cumprir um cronograma de instalação dos aparelhos, com publicação do edital de compra em maio.

A Defensoria agora alega que Tarcísio descumpriu dois compromissos assumidos com Barroso — ao permitir a exclusão da gravação de rotina e diminuição do prazo de armazenamento de imagens — e pede ao Supremo uma reapreciação do caso.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) argumenta que a gravação ininterrupta fazia a PM perder material por conta do esgotamento da bateria, e que "não existe a possibilidade de uma ocorrência policial ser perdida", já que o policial será obrigado a ligar a câmera em toda diligência.

"Caso, por qualquer motivo, este acionamento não ocorra, o agente responsável pelo despacho da ocorrência no Centro de Operações da Polícia Militar ( Copom ) acionará a gravação remotamente. Toda ocorrência é comunicada de imediato ao Copom e essa inovação do acionamento à distância não desobriga os policiais a ligarem o equipamento durante as ações, mas oferece uma garantia adicional de que as COPs serão acionadas assim que o policial entrar em ação", diz a SSP.

As mudanças no programa Olho Vivo da PM

Quantidade de equipamentos

Modo de gravação

Tempo de armazenamento

Fonte: Nota divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, Instituto Sou da Paz e outras 15 entidades.

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