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Cunha rejeita outros quatro pedidos de impeachment de Dilma

O pedido mais aguardado pela oposição, do fundador do PT Hélio Bicudo, ainda não foi avaliado pelo presidente da Câmara

Eduardo Cunha: convivência com o fantasma do seu próprio impeachment (Lula Marques/Agência PT)

Rita Azevedo

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 10h09.

São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rejeitou, ontem, quatro pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff . O motivo alegado por ele é que os documentos não cumpriam os requisitos exigidos na lei.

Cunha tem, ainda, cerca de dez pedidos para avaliar. O mais aguardado pela oposição é o do fundador do PT Hélio Bicudo e do jurista Miguel Reale Júnior, protocolado há pouco mais de um mês.

Situação delicada

Responsável por dar prosseguimento a qualquer pedido de saída da presidente que chegue à Câmara, Cunha convive com o fantasma do seu próprio impeachment.

Ontem, o deputado Fausto Pinato (PRB-SP), relator da ação contra Cunha no Conselho de Ética, deu parecer favorável ao andamento do processo. Agora ele seguirá para votação dentro do próprio Conselho ( veja como funciona cada etapa )

Durante a tarde, a defesa do presidente da Casa se manifestou sobre a decisão e disse que a apresentação antecipada do parecer de Pinato "fere" o direito de defesa do parlamentar. A expectativa é que a defesa de Cunha seja apresentada ainda hoje.

São Paulo – Duas vezes deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores ( PT ), o jurista Hélio Bicudo acredita que não há mais futuro para a legenda de Luiz Inácio Lula da Silva – e que  o ex-presidente seria o principal culpado por essa sina. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o jurista reafirmou que o impeachment é um remédio previsto na Constituição e que a presidente Dilma Rousseff deveria consultá-la antes de falar em golpismo. Aos 93 anos, Bicudo é um dos nomes por trás do documento que pode servir de base para a abertura do processo contra a presidente. Assinado por ele em parceria com o jurista Miguel Reale Jr, o pedido foi entregue ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no último dia 17
A expectativa é de que Cunha comece a analisar os pedidos nesta semana. A escolha pelo documento de Bicudo seria orientada por seu peso simbólico. Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), Bicudo foi deputado federal (1991-1994) pelo PT e atuou como vice-prefeito de São Paulo durante a gestão de Marta Suplicy, de 2001 a 2004. Em 2005 – quando surgiu o mensalão - ele se desfilou do PT e, posteriormente, chegou a declarar apoio a José Serra e Marina Silva. Veja, nos slides, os principais trechos da entrevista de Bicudo ao Roda Viva.
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