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Crédito cresce 1,9% em outubro, mas greve afeta taxa média

Segundo o BC, paralisação dos bancários fez com que o crédito consignado, principalmente, crescesse mais lentamente

Banco Central: consignado foi responsável por 60,4% do total de crédito pessoal (Luiz Fernando Oliveira de Moraes/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2010 às 13h25.

 Brasília - O crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil cresceu 1,9 por cento em outubro frente a setembro, embalado pela atividade econômica especialmente aquecida por vendas de final de ano.</p> 

Com o aumento, o estoque de crédito foi a 47,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 46,7 por cento no mês anterior, informou o Banco Central nesta segunda-feira.

Segundo a autoridade monetária, esse crescimento teria sido maior se não fosse uma paralisação de bancários que fechou as portas das principais instituições financeiras nos primeiros 13 dias do mês.

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A greve afetou mais fortemente a concessão de crédito consignado, que tem taxas mais baratas e que normalmente é retirado no balcão das agências, o que contribuiu para elevar a taxa média de juros, de acordo com o BC.

Essa taxa média aumentou em 0,3 ponto ante setembro, para 35,4 por cento ao ano. No período, o spread --que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados dos clientes-- aumentou 0,3 ponto, a 24,4 pontos percentuais.

O encarecimento do crédito ocorreu a despeito de a inadimplência ter ficado estável em 4,7 por cento em outubro.


"Como caiu a participação de modalidade (de crédito) com taxa mais baixa, a média subiu", afirmou a jornalistas o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

A participação do crédito consignado, cujo pagamento é descontado diretamente em folha de pagamento, caiu em outubro para 60,4 por cento do total do crédito pessoal ante 60,6 por cento em setembro. Foi o primeiro recuo desde março de 2009.

Altamir Lopes previu que o consignado voltará à normalidade este mês. Dados até 17 de novembro apontam um recuo de 0,1 ponto na taxa média de juros este mês.

"Apesar da piora marginal das condições de crédito, sob uma perspectiva histórica continuam extremamente favoráveis", afirmou a Rosenberg Consultores Associados em relatório.

Há um ano, o estoque de crédito representava 44,6 por cento do PIB.

Em nota, a autoridade monetária destacou que o comportamento do crédito seguiu alavancado pela trajetória positiva dos indicadores de renda e emprego, "intensificado pelo aquecimento sazonal dos negócios associados às vendas de fim de ano".

"Esse ambiente tem favorecido tanto a demanda por investimento e por capital de giro das empresas, quanto a sustentação do consumo de bens duráveis por parte das famílias, especialmente no que diz respeito às aquisições de veículos."

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