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Cortes de R$ 50 bi não mudam projeções de aperto monetário

Bastante aguardados pelos analistas, os 50 bilhões de reais de cortes do Orçamento da União anunciados nesta semana não mudaram o cenário do mercado

Embora alguns economistas tenham dito preferir cortes mais agressivos nas despesas, o consenso foi de que eles vão funcionar como uma boa ajuda à política monetária (Divulgação/Banco Central)
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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 15h44.

 São Paulo - Auxiliado por cortes no Orçamento e por medidas macroprudenciais anunciadas no ano passado, o Banco Central pode realizar um ajuste brando de alta do juro básico neste ano para segurar as pressões inflacionárias, com o mercado prevendo mais duas altas de 0,50 ponto percentual nos próximos dois meses.</p> 

Bastante aguardados pelos analistas, os 50 bilhões de reais de cortes do Orçamento da União anunciados nesta semana não mudaram o cenário do mercado. Embora alguns economistas tenham dito preferir cortes mais agressivos nas despesas, o consenso foi de que eles vão funcionar como uma boa ajuda à política monetária.

O cenário, no entanto, possui incertezas, como o ritmo de fato da desaceleração da demanda interna, a recuperação econômica global e os efeitos sobre as commodities, e a intensidade da transmissão das altas de alimentos no começo do ano para o restante dos preços.

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Se essas variáveis surpreenderem para cima, o BC pode estender o aperto ou adotar mais medidas macroprudenciais como as de dezembro, quando elevou o depósito compulsório e encareceu o crédito de longo prazo para pessoa física.

Das 10 instituições financeiras consultados pela Reuters nesta sexta-feira, nenhuma mudou seu cenário para a Selic em 2011 depois do anúncio do governo.

Nove analistas estimam elevações de 0,50 ponto em março e em abril, fazendo com que o ciclo total neste ano seja de 1,50 --em janeiro, a Selic já foi elevada em 0,50 ponto, para 11,25 por cento. Um economista vê uma mais três altas de 0,50 ponto, terminando o ano a 12,75 por cento.

"Mantemos a percepção de que a taxa Selic será ajustada em 150 pontos-base, o que será complementado pelas medidas macroprudenciais já adotadas, e com efeitos já perceptíveis, e pelo ajuste fiscal anunciado, que sugere um importante esforço complementar de contenção da demanda", afirmou em nota Octavio de Barros, diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco.

"Nossa percepção é que esse ajuste reforça a coordenação entre as políticas macroeconômicas e, com isso, contribui para que a alta total na taxa de juros seja relativamente pequena", acrescentou.

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