Centrão não pediu ministérios, estatais e bancos oficiais, diz Bolsonaro
Presidente recriou o Ministério da Comunicação e entregou o comando ao deputado federal Fábio Faria, genro do apresentador Sílvio Santos e membro do Centrão
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de junho de 2020 às 20h45.
Última atualização em 15 de junho de 2020 às 21h13.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à TV Band News, que, apesar da recriação do Ministério da Comunicação, mantém a promessa de campanha de reduzir o número de ministérios e "toma lá dá cá".
"Nós não entregamos e ninguém do dito 'Centrão' me pediu ministério, estatais ou banco oficial. Então, nós estamos mantendo nosso compromisso de campanha. Assim está sendo feito e nós conseguimos nos aproximar desses partidos. Agora estamos sendo acusados de fisiologismo" disse Bolsonaro.
Segundo Bolsonaro, o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN) e genro do apresentador Sílvio Santos, indicado para comandar a pasta, é "amigo particular de muito tempo". "O Ministério das Comunicações começa não só com orçamento grande como muitas atribuições", disse Bolsonaro.
De acordo com o presidente, há a necessidade de melhorar tanto a comunicação interna do governo como em todo o Brasil.
Crítica a Mandetta
Na entrevista, Bolsonaro ainda criticou a maneira como ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta conduzia a crise da covid-19 . Para Bolsonaro, "Mandetta é um bom comunicador e ajudou a potencializar o pavor da população" com a doença causada pelo novo coronavírus.
Além dos desgastes que se acumulavam entre Mandetta e Bolsonaro, o presidente citou a entrevista concedida pelo então ministro ao programa Fantástico, da TV Globo, como estopim para sua demissão. Na ocasião, Mandetta disse que "o brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente".
Em compensação, o atual ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, foi elogiado por Bolsonaro. Segundo o presidente, o general do Exército que substituiu o ex-ministro Nelson Teich, tem feito um "brilhante trabalho na Saúde". Bolsonaro defendeu a divulgação diária de mortes causadas pela covid-19 atreladas aos dias exatos em que os óbitos ocorreram, medida também endossada por Pazuello.