Carla Zambelli afirma estar preocupada com possível cassação pelo TSE
A deputada, que está afastada da Câmara por 30 dias, para tratamento de burnout e fibromialgia, convocou simpatizantes para uma manifestação organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL)
Agência de notícias
Publicado em 30 de maio de 2023 às 12h38.
Última atualização em 30 de maio de 2023 às 12h55.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) admitiu na noite desta segunda-feira, dia 29, estar preocupada com a possibilidade de ter seu mandato cassado. A parlamentar comentou a informação da Coluna do "Estadão" de domingo, dia 28, de que, nos bastidores do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ), a perda do seu mandato e a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) são os próximos passos da Corte.
"Eu vi uma reportagem do "Estadão" dizendo que o TSE tem como certa não só a inelegibilidade do Bolsonaro, como a minha cassação", disse a deputada em um vídeo publicado nas suas redes sociais. Ela afirmou que a fotografia que ilustra a matéria é "icônica", porque a coloca ao lado de Bolsonaro. "Posso até discordar dele em uma ou outra coisa, mas vou sempre estar ao lado dele, apoiando Bolsonaro. Sempre vou ser a fiel escudeira dele", disse Zambelli.
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Afastamento de relações com Bolsonaro
Desde a derrota do ex-presidente no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, os dois se afastaram. Parte dos aliados de Bolsonaro atribui a Zambelli a responsabilidade pelo resultado nas urnas, pelo fato de, na véspera do segundo turno, ela ter perseguido o jornalista Luan Araújo empunhando uma arma de fogo . O episódio aconteceu no dia 29 de outubro, nos Jardins, zona sul de São Paulo. O segurança da deputada chegou a efetuar disparos, mas ninguém foi atingido.
No vídeo desta segunda-feira, Zambelli admitiu estar preocupada e disse que "confia muito em Deus". Ela relembrou suas declarações da quinta-feira, dia 25, quando se retratou da convocação para uma manifestação a favor de Deltan Dallagnol, no próximo domingo, dia 4. "Fiz um vídeo dizendo 'a próxima pode ser eu'. E aí, o que vocês vão fazer? Também vão sair às ruas?", questionou.
A deputada, que está afastada da Câmara por 30 dias, para tratamento de burnout e fibromialgia, convocou simpatizantes para uma manifestação organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e outros parlamentares de direita, contra a cassação do mandato do ex-procurador da Lava-Jato. A deputada foi criticada por apoiadores de Bolsonaro, incluindo Fábio Wajngarten, assessor pessoal e porta-voz do ex-presidente.
No mesmo dia, durante um evento do PL em Brasília, Bolsonaro pediu expressamente a seus correligionários que não fossem ao ato, com a justificativa de que deveriam concentrar esforços na CPMI do 8 de Janeiro. "O mais importante no nosso momento é a CPMI. Estou vendo as pessoas [ inaudível ] querendo marcar reunião povo na rua. Eu peço: não façam isso", disse o ex-presidente, ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Carla Zambelli expressou sua contrariedade, mas se curvou ao pedido do mentor político. "Confio no Bolsonaro, quando ele diz que agora não é o momento, mas também fico com uma sensação de injustiça muito grande, porque eu não acho que o Deltan merece ser cassado." Como mostrou o Estadão/Broadcast, não há unanimidade entre a direita sobre a defesa do mandato de Dallagnol.