Michel Temer e Marcelo Calero: denúncias do ex-ministro da Cultura causaram crise no governo peemedebista (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Bárbara Ferreira Santos
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 13h18.
Última atualização em 25 de novembro de 2016 às 18h12.
São Paulo — Em nota divulgada nesta sexta-feira (25), o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero afirmou que não solicitou nenhuma audiência com o presidente Michel Temer (PMDB) com o objetivo de gravar a conversa no gabinete presidencial.
"Durante minha trajetória na carreira diplomática e política, nunca agi de má fé ou de maneira ardilosa", afirmou Calero.
Ele disse ainda que, ao fazer a denúncia, "cumpriu sua obrigação como cidadão brasileiro que não compactua com o ilícito e que age respeitando e valorizando as instituições".
As acusações de que Calero tinha premeditado as gravações da conversa com o presidente partiram do próprio Palácio do Planalto após a repercussão da denúncia feita pelo ex-ministro da Cultura na Polícia Federal na quinta-feira, 25.
No depoimento dado aos policiais, Calero afirmou que o presidente o teria "pressionado" para que se achasse uma solução para o impasse sobre o empreendimento La Vue Ladeira da Barra.
O empreendimento é a peça-chave para toda a atual crise: ma semana passada, Calero afirmou que o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) teria tentado influenciá-lo para que o Iphan, órgão subordinado à Cultura, autorizasse a construção do complexo imobiliário. Geddel possui um imóvel nesse empreendimento. Após as denúncias, Geddel pediu demissão do cargo nesta sexta-feira, 25.
Veja a íntegra da nota publicada por pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero:
"A respeito de informações disseminadas, a partir do Palácio do Planalto, de que eu teria solicitado audiência com o presidente Michel Temer no intuito de gravar conversa no Gabinete Presidencial, esclareço que isso não ocorreu.
Durante minha trajetória na carreira diplomática e política, nunca agi de má fé ou de maneira ardilosa.
No episódio que agora se torna público, cumpri minha obrigação como cidadão brasileiro que não compactua com o ilícito e que age respeitando e valorizando as instituições."