Brasileiro contaminado encontrou 30 pessoas na ONU. Como fica Bolsonaro?
Servidor viajou antes do presidente para organizar preparativos da abertura da Assembleia da ONU; Bolsonaro deve se encontrar com chefes de Estado nesta segunda e terça
Carla Aranha
Publicado em 20 de setembro de 2021 às 15h01.
Última atualização em 20 de setembro de 2021 às 16h58.
Depois de um diplomata brasileiro da comitiva do presidente Jair Bolsonaro da viagem aos Estados Unidos ter testado positivo para a covid-19, o Itamaraty corre para rastrear as pessoas com as quais ele teve contato. O diplomata teria viajado pelo menos dois antes de Bolsonaro para cuidar dos preparativos da chegada das autoridades brasileiras. Segundo fontes do Itamaraty, ele teve contato com 30 funcionários do consulado brasileiro em Nova York e outros profissionais na cidade encarregados da logística da viagem do presidente.
De acordo com fontes diplomáticas, não há um protocolo para situações desse tipo. É certo, apenas, que o diplomata contaminado pelo coronavírus deverá ficar isolado no quarto do hotel. A previsão é que o restante da comitiva compareça nesta terça, 21, à sede das Nações Unidas, como estava programado. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que não se vacinou.
As Nações Unidas não devem exigir certificado de vacinação das autoridades convidadas para o evento, diferentemente do que havia sido anunciado anteriormente. "Não pode dizer a um chefe de Estado que não estiver vacinado que ele não pode entrar nas Nações Unidas", disse António Guterres, secretário-geral da ONU.
Ainda não está claro se a comitiva brasileira deverá repetir o teste da covid-19 para verificar se mais gente foi infectada pela covid-19 em função de contatos recentes com o diplomata diagnosticado com a doença. O funcionário do Itamaraty tomou a primeira dose da vacina, segundo fontes diplomáticas.
Por enquanto, não há previsão que outros integrantes da missão brasileira aos Estados Unidos devam se isolar. Fazem parte da comitiva o ministro Joaquim Leite, do Meio Ambiente, Carlos Alberto França, das Relações Exteriores, e Anderson Torres, da Segurança Pública. Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, e Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, também embarcaram com o presidente.
Bolsonaro deve se encontrar hoje com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. À noite, deve participar de um jantar na Residência da Missão do Brasil junto às Nações Unidas. Estão previstas também reuniões com Guterres, nesta terça, 21, e com Andrzej Duda, presidente da Polônia.