Brasil é o segundo país mais violento da América do Sul, aponta ONU
Atrás apenas da Venezuela, país registrou 30,5 homicídios intencionais por cada 100 mil habitantes em 2017
AFP
Publicado em 8 de julho de 2019 às 18h29.
Última atualização em 8 de julho de 2019 às 18h32.
A ONU divulgou nesta segunda-feira (8) um relatório sobre taxas de homicídio intencional no mundo em 2017, no qual a América Central e América do Sul registram os mais altos índices, com 25,9 e 24,2 assassinatos por cada 100.000 habitantes, respectivamente. Na lista, o Brasil ficou em segundo lugar no continente sul-americano, atrás da Venezuela, com 30,5 mortes, acima da média regional.
Na Venezuela, imersa numa profunda crise econômica e social, houve um "aumento dramático" das mortes violentas nas últimas três décadas, passando de 13 a 56,8 homicídios voluntários, um aumento de cerca de 350% que deixa o país como o mais violento da América do Sul.
Ainda em relação ao continente, a Colômbia registrou uma tendência contrária aos vizinhos, passando de 80 homicídios para 30 nas últimas três décadas. Essa queda é "parcialmente atribuída à intensificação das ações do Estado contra o tráfico de drogas". Chile e Argentina fecham a lista continental com 3,5 e 5,1 mortes intencionais respectivamente.
Os dados da América Latina se destacam em relação à média mundial, de 6,1 homicídios, e são excepcionalmente mais altos que os registrados em outras regiões do mundo, como o sul, o oeste e o norte da Europa, assim como o leste asiático e Oceania, onde a média é de uma morte violenta por cada 100 mil habitantes.
El Salvador, com mais de 62 homicídios, e Honduras, com 41,7, lideram a lista de países mais perigosos da América Central, de onde milhares de cidadãos emigram anualmente para os Estados Unidos fugindo da violência e da pobreza.
Na América Latina a taxa de homicídios cresceu com maior vigor a partir da década de 1990, uma tendência inversa da média global, que desde então caiu 15%.
O Caribe fechou o pódio mundial de assassinatos com 15,1, de acordo com o relatório. O documento também destaca que a taxa de mortes violentas na América Latina é entre oito e 11 vezes maior entre os homens do que entre as mulheres.