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Bolsonaro, Michelle e Cid prestam depoimentos simultâneos na PF nesta quinta sobre o caso das joias

Todos os convocados para depor nesta quinta são citados no relatório parcial da investigação enviado ao STF e usado para justificar as buscas na Operação Lucas 12:2

Bolsonaro e Michelle: ex-presidente e ex-primeira dama são investigados no caso de venda das joias (EVARISTO SA / AFP)/Getty Images)

Bolsonaro e Michelle: ex-presidente e ex-primeira dama são investigados no caso de venda das joias (EVARISTO SA / AFP)/Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 31 de agosto de 2023 às 06h01.

Última atualização em 31 de agosto de 2023 às 07h43.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e outras pessoas ligadas às investigações sobre a suspeita de venda ilegal de joias presenteadas ao ex-chefe do executivo prestam nesta quinta-feira, 31, depoimentos simultâneos na Polícia Federal (PF).

O objetivo da PF é evitar a possibilidade de os depoentes eventualmente combinarem versões sobre o caso investigado. Além de Bolsonaro e Michelle, foram intimados:

  • Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, general da reserva do Exército;
  • Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-chefe da Secretária de Comunicação da Presidência;
  • Fraderick Wassef, advogado de Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente;
  • Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.

Entenda a investigação da PF sobre o caso das joias

No inicio do mês, a PF deflagrou a operação Lucas 12:2, com objetivo de investigar a atuação de uma suposta associação criminosa para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A hipótese da PF é que militares ligados ao ex-presidente Boslonaro venderam ilegalmente presentes dados ao governo brasileiro por países estrangeiros, como a Arábia Saudita. O valor da venda teria sido entregue em espécie ao Bolsonaro pelo Mauro Cid após venda das joias nos Estados Unidos. 

"Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", disse a nota da PF. A operação foi batizada em alusão ao ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido “.

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais” em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal (STF), relato pelo ministro Alexandre de Moraes. Todos os convocados para depor nesta quinta são citados no relatório parcial da investigação enviado ao STF e usado para justificar as buscas na Operação. No dia 18, Moraes autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama. A investigação já fez buscas contra aliados de primeira hora do ex-presidente, como o general Mauro César Lourena Cid - pai de Mauro Cid -, o criminalista Frederick Wassef, advogado do ex-presidente, e o tenente Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens do de Bolsonaro.

O criminalista Daniel Bialski, contratado para representar Michelle, deixou o caso alegando que os advogados de Bolsonaro vão cuidar da defesa do casal.

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