Bolsonaro faz ligação entre Venezuela e governo Fernández na Argentina
Bolsonaro tem defendido abertamente a queda de Maduro na Venezuela. O presidente defendeu também a reeleição de Mauricio Macri na Argentina
Reuters
Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 12h20.
Última atualização em 17 de dezembro de 2019 às 12h21.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro usou uma de suas redes sociais na manhã desta terça-feira (16), para fazer o que pode ser visto como uma relação entre medidas tomadas pelo novo governo da Argentina, comandado pelo recém-empossado peronista Alberto Fernández, e a situação da Venezuela, que passa por grave crise na gestão de Nicolás Maduro .
Primeiro, Bolsonaro disse no Twitter que "a situação política na Venezuela tem reflexos diretos no Estado de Roraima: aumento da violência e população de rua, piora na saúde e educação, etc".
Na mesma postagem, sem tecer quaisquer comentários, o presidente afirmou que o novo governo da Argentina, que faz fronteira com três Estados da região sul brasileira, "tomou as seguintes medidas".
No tuíte seguinte, Bolsonaro lista as medidas: 1) Dupla indenização para demissão sem justa causa; 2) Elevação do imposto de exportação (grãos); 3) Imposto de 30% para compras no exterior; e 4) Volta da discussão da legalização do aborto.
Pouco depois, questionado por jornalistas para esclarecer os tuítes, Bolsonaro disse apenas que só publicou o que está ocorrendo.
"É interpretação de texto, eu não falei nada. Eu tenho crédito nas minhas redes sociais porque eu não emito opinião, eu posto o que está acontecendo", disse.
Bolsonaro tem defendido abertamente a queda de Maduro na Venezuela. O presidente defendeu também a reeleição de Mauricio Macri na Argentina.
Durante a campanha eleitoral, fez duras críticas à chapa de Fernández — que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice-presidente — e chegou a cogitar não enviar nenhuma autoridade para sua posse, apesar de o país ser um dos principais parceiros comerciais do Brasil.