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Asilo de Battisti teve causa política e foi revisto em boa hora, diz Moro

"Os países têm que cooperar entre eles contra a criminalidade e o senhor Cesari Battisti foi condenado por homicídios na Itália", afirmou

Cesare Battisti: com pedido de extradição assinada, italiano segue foragido (Paulo Fridman/Getty Images)
AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 18h42.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro , afirmou nesta segunda-feira, 17, que foi acertada a decisão do presidente da República Michel Temer de extraditar o italiano Cesare Battisti, de 64 anos, condenado à prisão perpétua em seu país. Segundo ele, o asilo, anteriormente concedido a Battisti, seguiu motivações político-partidárias.

"Na minha avaliação, o asilo que foi concedido a ele, anos atrás, foi um asilo com motivações político-partidárias, e em boa hora isso foi revisto. Então, não se pode tratar a cooperação jurídica internacional por critérios político-partidários, e a decisão [do presidente Michel Temer] é acertada. Lamentavelmente, essa pessoa encontra-se foragida."

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Moro criticou o asilo dado a Battisti e avaliou que o Brasil deve respeitar acordos de cooperação internacional com outros países.

"Os países têm que cooperar entre eles contra a criminalidade e o senhor Cesari Battisti foi condenado por homicídios, na Itália, que é um país que tem um Judiciário forte e independente, e não cabe ao Brasil ficar avaliando o mérito ou não da condenação", afirmou.

Para o futuro ministro, Battisti poderá apelar aos tribunais de Justiça na Itália, se considerar injusto o mérito de sua condenação. Moro ressaltou a autonomia e independência das cortes italianas.

"Retornando à Itália, esperando que ele seja encontrado, cabe [ao próprio] levar as reclamações quanto à eventual injustiça da condenação para os órgãos de Justiça italianos, que têm plenas condições de decidir qualquer problema que tenha havido, eventualmente, na condenação."

A afirmação de Moro ocorreu durante o anúncio da indicação de Maria Hilda Marsiaj Pinto para a Secretaria Nacional de Justiça de seu ministério.

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